Saúde

Mortes de obesos por Coronavírus no Espírito Santo alertam para cuidados com grupo de risco

O estado já registrou seis mortes pela doença. Dentre eles, de acordo com a Sesa, a maioria eram pacientes acima do peso

Mortes de obesos por Coronavírus no Espírito Santo alertam para cuidados com grupo de risco Mortes de obesos por Coronavírus no Espírito Santo alertam para cuidados com grupo de risco Mortes de obesos por Coronavírus no Espírito Santo alertam para cuidados com grupo de risco Mortes de obesos por Coronavírus no Espírito Santo alertam para cuidados com grupo de risco
Foto: Divulgação

Os dados das mortes confirmadas pelo Novo Coronavírus no Espírito Santo apontam para uma questão alarmante: dos seis óbitos, cinco são de pacientes com menos de 60 anos. Em comum, a maioria deles eram obesos, de acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin. A sexta vítima, era uma idosa de idade não informada.

O médico infectologista Henrique Bonaldi explicou que a obesidade pode sim interferir nas consequências provocadas pelo Novo Coronavírus. De acordo com ele, a obesidade já é um fator que tira o indivíduo do eixo saudável da vida.

“Ter um obeso extremamente saudável é algo muito raro. Ele, geralmente, tem maus hábitos alimentares, é sedentário e algumas alterações no corpo dele começam a acontecer em decorrência da obesidade, como por exemplo, a glicose dele, que começa a subir e um dia ele pode se tornar um diabético, uma pessoa com pressão alta. Então, o obeso por si só já é fator de risco, determinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) há alguns anos. Agora estamos vendo a doença que pega a maior parte de indivíduos que têm comorbidade, chegando, inclusive, aos obesos”, disse.

Para explicar o que são as comorbidades, Bonaldi descreveu como sendo tudo o que tira uma pessoa da saúde. “Por exemplo, se você é um indivíduo que é magro, que faz atividade física, come bem, mas fuma, você tem uma comorbidade. Então é tudo aquilo que coloca em risco o seu eixo saudável da vida. Os obesos fazem parte do grupo de comorbidades antes já definidos. Agora, parece que a doença pega todas as comorbidades, incluindo a obesidade”, explicou.

Para o médico, a melhor forma de aproveitar o isolamento é se preparar para a doença. A dica, que serve para todos, é mudar hábitos para se tornar cada vez mais saudável. “Boa parte dos indivíduos vai pegar doença daqui a três meses, por exemplo. Esse indivíduo acabou de perder 60, 90 dias em que ele poderia ter emagrecido, comido melhor se preparado em termos de performance física para aguentar a doença. Quanto mais preparado você estiver para a doença, menor é a sua chance de mortalidade no mundo”, disse.

O médico ainda esclareceu que, mesmo diante da pandemia, não é indicado que nenhum medicamento, contra nenhuma outra doença, deve ser suspenso sem que haja a orientação médica para isso. “Isso não deve ser feito, senão viveremos uma segunda epidemia, uma curva em cima da outra, que é o indivíduo que era para estar tomando remédio, não toma e piora da doença. Agora um período que todos os pacientes vão ficar distantes dos médicos. O ideal é que permaneça fazendo o que ele sempre diz para fazer”, afirmou.

Finalizando a conversa, o especialista reforçou que o mais indicado no momento é não sair de casa, a menos que seja de extrema necessidade ou que seja preciso para trabalhar. “Não há remédio comprovado para isso (Novo Coronavírus). Não há vacina. Isolamento social parcial foi insucesso em todo o mundo. Você, que tá saindo de casa, saiba que está cooperando para a piora da doença. Quem não sai de casa hoje salva milhares de vidas”, salientou.