Saúde

Em 10 anos, mortes por câncer de colo de útero saltam 25% no Espírito Santo

Os cânceres invasivos do colo do útero são, geralmente, tratados com cirurgia ou radioterapia combinada com quimioterapia

Em 10 anos, mortes por câncer de colo de útero saltam 25% no Espírito Santo Em 10 anos, mortes por câncer de colo de útero saltam 25% no Espírito Santo Em 10 anos, mortes por câncer de colo de útero saltam 25% no Espírito Santo Em 10 anos, mortes por câncer de colo de útero saltam 25% no Espírito Santo
Foto: Thinkstock

Os óbitos por câncer de colo de útero avançaram 25% no estado do Espírito Santo e 33,9% em todo o país, em dez anos (2008-2018), segundo dados do Ministério da Saúde. Diante disso, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) inicia uma campanha de erradicação desse câncer que é altamente prevenível. A ação acompanha iniciativa de mesmo cunho promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em nível mundial.

Até o final deste ano, são estimados 240 novos casos da doença somente no estado capixaba. Em todo o país, os novos casos da doença devem chegar a 16.590. 

Números e Cenário no Brasil

No mundo, são mais de 570.000 novos casos e morrem mais de 311.000 mulheres a cada ano. A doença ocorre predominantemente em mulheres não brancas (62.7%) e com baixa escolaridade (62.1%). O sistema público de saúde brasileiro atende 75,32% dos pacientes com câncer. O período entre o diagnóstico e o primeiro tratamento dura mais de 60 dias em 58% dos casos, ocorrendo mortes precoces em 11% delas.

Os cânceres invasivos do colo do útero são, geralmente, tratados com cirurgia ou radioterapia combinada com quimioterapia. A escolha da melhor opção terapêutica depende do estadiamento clínico do tumor, da idade, da história reprodutiva, do estado geral da paciente e das condições disponíveis no serviço de saúde.

No Brasil, aproximadamente 80% das mulheres com diagnóstico de doença invasiva, estão na fase avançada, fora de condições técnicas de cirurgia, sendo necessárias a radioterapia e a quimioterapia como tratamento, gerando, assim, um enorme custo social e financeiro.

Campanha

Intitulada “Vamos acabar com isso”, a campanha da Febrasgo baseia-se em: prevenção (a partir da vacina contra HPV), diagnóstico precoce (por meio de exames preventivos) e tratamento adequado.

A adoção da “Estratégia Global para Acelerar a Eliminação do Câncer de Colo do Útero, como um Problema de Saúde Pública”, da OMS, é baseado em três pilares. Garantir que:

1) 90% das meninas recebam a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) até os 15 anos de idade;
3) 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras ou câncer invasivo recebam tratamento.
2) 70% das mulheres realizem um exame de rastreamento com teste efetivo até os 35 e outro até os 45 anos de idade;

A importância da vacinação

As vacinas para HPV são altamente efetivas e promovem significativa diminuição das infecções e, consequentemente, das lesões neoplásicas do colo do útero. Entretanto, no Brasil, a cobertura da vacinação tem sido abaixo do necessário. As razões das baixas coberturas são, principalmente, as barreiras logísticas de o e a falta de educação contínua da população.

Em 2014, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) introduziu a vacina quadrivalente para meninas de 9 a 14 anos em esquema de duas doses com intervalo de seis meses. Em 2017, o programa ou a contemplar também os meninos de 11 a 14 anos, também no esquema de duas doses. Na primeira dose, no primeiro ano de implantação, a cobertura foi de mais de 80%. Na segunda dose, quando o governo retirou o procedimento das escolas e transferiu-o para as unidades de saúde, houve queda expressiva das coberturas. Nos anos subsequentes as coberturas vêm caindo, refletindo o pouco interesse nesse importante momento de pandemia.