Política

Voto de Lewandowski proíbe novas reeleições da Mesa Diretora na Ales

Ministro é relator do processo e já tinha concedido liminar suspendendo trecho da Constituição Estadual que permite a reeleição na mesma legislatura

Voto de Lewandowski proíbe novas reeleições da Mesa Diretora na Ales Voto de Lewandowski proíbe novas reeleições da Mesa Diretora na Ales Voto de Lewandowski proíbe novas reeleições da Mesa Diretora na Ales Voto de Lewandowski proíbe novas reeleições da Mesa Diretora na Ales
Foto: Coluna De Olho no Poder

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela proibição da reeleição de membros da Assembleia Legislativa do Estado. A decisão não é retroativa, ou seja, não vai impactar a reeleição de Erick Musso (Republicanos), reeleito para o cargo pela terceira vez. O ministro é relator do processo e já tinha concedido liminar, em março, suspendendo trecho da Constituição Estadual permitindo a reeleição na mesma legislatura. 

O julgamento teve início na madrugada desta sexta-feira, em sessão virtual. Entretanto, após o voto de Lewandowski, o ministro Alexandre de Moraes pediu vista e o julgamento foi adiado, sem previsão de ser retomado. O voto do ministro é referente a ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) que tramitam no STF referentes ao Legislativo capixaba. 

Na decisão, o ministro diz que já está consolidado, entre o colegiado, sobre a proibição da reeleição em cargos de comando do Legislativo, como está previsto na Constituição Federal.  Por isso, segundo ele, a norma deve ser aplicada às eleições das mesas diretoras dos legislativos estaduais e municipais. “Há indicativos claros de que o atual entendimento desta Corte atribui novo alcance à regra proibitiva, à luz dos princípios republicano e democrático”, afirmou.

Entenda quais são as ações 

Em fevereiro, o PROS ajuizou ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a reeleição de Erick Musso como presidente da Assembleia Legislativa do Estado. O partido alega que a recondução do parlamentar ao cargo na mesma legislatura é inconstitucional. Na ação, pede “imediata desconstituição” da eleição, ou “a realização imediata de nova eleição, sendo vedada a participação do presidente atual”.

Já a ação movida pela Procuradoria-Geral da República PGR questiona e pede a suspensão de uma parte do texto da Constituição do Espírito Santo, que permite “aos membros da Mesa a recondução para o mesmo cargo no biênio imediatamente subsequente”. A Procuradoria defendeu a inconstitucionalidade da norma. Entretanto, em nenhum momento pediu a anulação do pleito realizado no dia 1° de fevereiro deste ano, na Casa de Leis capixaba.

PEC muda Constituição Estadual 

Tramita na Assembleia Legislativa do Estado Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera as regras para eleição do presidente e demais membros da Mesa Diretora. O objetivo é mudar os textos da Constituição estadual, e proibir a reeleição de membros da Mesa Diretora para o mesmo cargo no biênio imediatamente subsequente. Além disso, a matéria estabelece o dia 1º de fevereiro do primeiro e terceiro anos da legislatura (período de quatro anos de mandato) para a realização do pleito.

O que diz Erick Musso 

“O que se vê no voto do relator é justamente o reconhecimento de que se trata de uma discussão sobre alteração, ou não, do entendimento atualmente vigente, e que, por isso, seus efeitos devem ser apenas futuros. Eu e os atuais membros da Mesa continuamos focados no desenvolvimento social e econômico do Espírito Santo diante da crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus. Continuamos trabalhando veementemente pelo povo capixaba, porque é esse o nosso propósito”, avalia Musso sobre a decisão do ministro”.

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