O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), e a cúpula do Republicanos no Estado se reuniram na tarde desta quinta-feira (13), no gabinete do prefeito. A reunião contou com o presidente da legenda no Estado, Erick Musso, o deputado federal Amaro Neto e o secretário de Governo de Vitória, Aridelmo Teixeira (Novo).
Pazolini postou foto da reunião em suas redes sociais e, oficialmente, os temas tratados foram sobre o impacto da Reforma Tributária nos Municípios, sobre emendas parlamentares para a capital e sobre o cenário político do País.
Leia também
Porém, extraoficialmente, foi o primeiro o para aparar as arestas entre o prefeito e o partido, visando o restante do mandato e as eleições municipais de outubro do ano que vem. Foi debatida a permanência de Pazolini no Republicanos e sua possível reeleição.
O encontro durou três horas e, segundo a coluna De Olho no Poder apurou, teve de tudo: lavação de roupa suja, mea-culpa e promessas de que o partido será melhor atendido na gestão de Pazolini.
Hoje, o Republicanos não tem indicação no primeiro escalão da Prefeitura de Vitória, conforme a coluna já noticiou. No início do mandato, o então presidente estadual da legenda, Roberto Carneiro, chegou a ser secretário de Governo. Mas, após sua saída, o Republicanos ficou sem espaço. Isso seria um dos motivos do desentendimento entre o prefeito e a cúpula do partido.
Um outro seria uma insatisfação com a postura de Pazolini durante a campanha do ano ado. Candidatos do Republicanos esperavam uma ajuda maior do prefeito da capital, o que não teria ocorrido, segundo algumas lideranças ouvidas pela coluna. E com a proximidade das eleições municipais, isso se tornou uma preocupação.
Na reunião teria ficado acertado que o Republicanos vai ter espaço na gestão, no 1º escalão, e indicará alguns nomes para a análise de Pazolini. Se consolidado, será o início de uma pacificação na relação entre o prefeito e a legenda.
Aproximação com outras legendas
O encontro também teria esclarecido sobre burburinhos no mercado político de que Pazolini poderia mudar de partido. O prefeito teria negado ter recebido convite para se filiar ao PP – a coluna noticiou que ele almoçou com os deputados federais Evair de Melo e Da Vitória, que agora preside o PP no Estado.
Mas também teria sido deixado claro que, se Pazolini resolver sair da legenda, o Republicanos não vai ficar sem candidato a prefeito de Vitória. Nesse caso, Amaro Neto é cotado para a disputa.
Uma aproximação com o PL também teria sido tratada na reunião. Juntos nacionalmente, na capital os dois partidos estão afastados. Em entrevista para a coluna, lideranças do PL disseram que não irão apoiar Pazolini numa eventual tentativa de reeleição e afirmaram que terão candidaturas próprias no ano que vem, mas o Republicanos tem outros planos.
Nos bastidores, o partido estaria trabalhando para formar uma “trinca” entre Republicanos, PL e PP no Estado, visando as eleições do ano que vem e também as de 2026. Em âmbito estadual, PL e Republicanos já caminham próximos, mas o PP está na órbita da base aliada do governador Renato Casagrande (PSB). Pelo menos, por enquanto.
Com a mudança no comando estadual do Progressista ainda não se sabe qual rumo que a legenda irá tomar. Da Vitória tem dado sinais de insatisfação com o governo. Oficialmente, ele nega. Mas, nos bastidores, há relatos de que há um mal-estar por conta de supostos pedidos não atendidos de indicações do parlamentar.
Se o PP decidir mudar de lado, o novo grupo pode dar trabalho ao governo e atrapalhar os projetos palacianos para as eleições municipais e também para 2026. Mas, isso é assunto para uma próxima coluna.
Em tempo: Pazolini também se reuniu com o presidente da Câmara de Vitória, Leandro Piquet (Republicanos), que tem ajudado Erick Musso na articulação do partido no Estado.
LEIA TAMBÉM:
À frente da maior vitrine do Estado, Pazolini desconversa sobre reeleição
Pazolini almoça com lideranças do PP, mas nega que irá deixar o Republicanos
“PL vai ter candidato a prefeito de Vitória e não vai apoiar Pazolini”, diz vice-presidente da sigla
Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.
