Política

Queiroga diz que fala de Bolsonaro sobre uso de máscara visa instigar pesquisas

Apenas 11,06% da população brasileira recebeu a segunda dose da vacina, e já há casos comprovados de reeinfecção

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Foto: Pedro França/Agência Senado

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, minimizou o pedido feito pelo presidente Jair Bolsonaro – em meio ao atual recrudescimento da pandemia – para que seja produzido um parecer avaliando a possibilidade de flexibilização do uso de máscaras no País. Segundo Queiroga, a fala de Bolsonaro visa “instigar” pesquisadores brasileiros.

“O presidente quer estimular a pesquisa em todas áreas. Quando o presidente, de maneira muito eficiente, chama a atenção para esse ponto das máscaras, o que ele está querendo é atrair atenção da sociedade para que se instigue o espírito de investigação de nossos pesquisadores”, declarou o ministro em entrevista ao programa Agora com Lacombe, da RedeTV!. Ele reforçou, contudo, que a utilização de máscaras ainda é importante neste momento. Só ontem, o Brasil registrou 2.344 novas mortes pela covid-19 e ultraou a marca dos 480 mil óbitos pela doença.

Mais cedo, Queiroga confirmou que atenderá a demanda do presidente pelo estudo. Ontem, Bolsonaro disse que pediu ao ministério um parecer desobrigando o uso do equipamento de proteção por pessoas já vacinadas ou que já tenham se contaminado pela covid-19. A ideia foi duramente criticada por especialistas, já que a imunização, apesar de anular a manifestação grave do coronavírus, não impede a sua transmissão, ainda em patamar elevado no País. Além disso, apenas 11,06% da população brasileira recebeu a segunda dose da vacina, e já há casos comprovados de reeinfecção.

Durante a entrevista à RedeTV!, Queiroga chamou Bolsonaro de “excelente comunicador” e garantiu que o líder do Palácio do Planalto está “animado” com a campanha de vacinação contra a covid-19. Nesta semana, porém, o presidente voltou a questionar a eficácia dos imunizantes.

A utilização de máscaras foi flexibilizada em países como os Estados Unidos, onde a vacinação está avançada, diferentemente do Brasil. O país já ultraa os 50% de vacinados com a primeira dose, o que permitiu ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) afrouxar as medidas de controle da pandemia.