PDT abre as portas, mas pode ter problemas internos PDT abre as portas, mas pode ter problemas internos PDT abre as portas, mas pode ter problemas internos PDT abre as portas, mas pode ter problemas internos
PDT abre as portas, mas pode ter problemas internos

Os deputados Zé Esmeraldo, Alexandre Quintino e Hércules Silveira tiveram uma reunião nesta terça-feira (22) com os dirigentes do PDT capixaba. O encontro foi para alinhar a possível entrada dos três no partido que já teria chapas, de estadual e federal, completas.

Esmeraldo e Quintino são do União Brasil e decidiram deixar a legenda após a mudança de comando no partido – saiu Ricardo Ferraço e entrou o deputado Felipe Rigoni na presidência da legenda. Eles também são contrários ao partido ter uma candidatura ao governo, por dois motivos: acreditam que a disputa majoritária pode ser priorizada em detrimento da campanha para o Legislativo e por serem aliados do governador Renato Casagrande – os dois querem estar no projeto liderado pelo governador.

Já Hércules está no MDB, sigla que tem encontrado dificuldades para formar chapas. Nomes de peso estão deixando a legenda – como os ex-deputados Lelo Coimbra e Luzia Toledo – e a presidente do MDB capixaba, a senadora Rose de Freitas, tenta se cacifar para disputar a reeleição com a bênção do Palácio Anchieta.

“A conversa adiantou bem. Essa semana deve ser definido”, disse Quintino, que afirmou ainda não ter assinado a ficha de filiação pedetista mas que está “muito próximo” disso. “Ainda nada foi definido sobre o assunto”, disse Hércules.

Além dos três deputados estaduais, que são pré-candidatos à reeleição, o PDT também conversa com o deputado estadual Marcos Garcia, que hoje está no PV, mas pode fazer a mudança partidária para disputar uma vaga à Câmara Federal.

A possibilidade de Garcia mudar de legenda e disputar a Câmara Federal ganhou corpo após Rigoni bater o martelo de que irá disputar o governo do Estado. Como Rigoni e Garcia têm o mesmo reduto (Linhares), com a saída de Rigoni da Câmara Federal, abriria um espaço, na visão de Garcia, para a região eleger um novo representante ao Congresso.

O presidente do PDT estadual, Weverson Meireles, confirmou as conversas. “Estamos conversando com vários nomes. Estamos em diálogo”, disse ele, de forma sucinta, ao ser questionado sobre a possível entrada dos quatro deputados.

Quem está preocupado, porém, com essa movimentação são os pré-candidatos sem mandato da chapa estadual e o deputado estadual Luiz Durão, que já é do partido e deve tentar a reeleição. Nos bastidores, eles já estão com lápis e papel na mão para fazer conta (dos votos necessários para se elegerem).

Durão ficou como primeiro suplente na eleição de 2018, na coligação de PDT-PSD, com uma votação de 17.820 votos. Ele assumiu uma cadeira na Assembleia em 2021 com a saída do ex-deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), que venceu a eleição para prefeito de Barra de São Francisco.

Os três que querem entrar no partido tiveram uma votação maior que Durão em 2018. Hércules teve 30.718 votos, Quintino teve 23.330 e Esmeraldo, 19.835 votos. Por mais que a intenção do PDT seja formar um chapão e abocanhar mais de duas vagas, a matemática preocupa os aliados de Durão.

É claro que em quatro anos muita coisa acontece e o eleitorado também muda. Um exemplo disso é o deputado Sergio Majeski, que ontem anunciou sua volta para seu ex-partido, o PSDB. Ele saiu da posição de menos votado em 2014 para o mais votado em 2018 e agora almeja disputar o Congresso.

Porém, a entrada de políticos com mandato nos partidos, a quase uma semana de acabar o prazo para as filiações, causa desconforto aos que já caminham há um bom tempo na legenda e cria uma disputa desigual dentro do partido. A conferir qual será a saída encontrada pelo PDT.

 

Em família

Nos corredores pedetistas, é dado como certo que a ex-deputada Sueli Vidigal, esposa do prefeito da Serra e um dos maiores nomes do PDT no Estado, Sergio Vidigal, irá concorrer a uma vaga na Câmara Federal.

 

No palanque

O PDT no Estado está na base do governo de Casagrande e deve apoiar o projeto liderado pelo governador. Em 2018, Casagrande apoiou o pedetista Ciro Gomes à Presidência da República e seu palanque, nesse ano, deve abrir espaço para Ciro também, por meio de seus correligionários que irão disputar.

Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.