Política

Fachin dá mais prazo para Renan se manifestar sobre inquérito aberto em 2007

A denúncia tramita em segredo de Justiça e não há detalhes sobre o novo aditamento, que garante prazo de 15 dias para a defesa de Renan se manifestar

Fachin dá mais prazo para Renan se manifestar sobre inquérito aberto em 2007 Fachin dá mais prazo para Renan se manifestar sobre inquérito aberto em 2007 Fachin dá mais prazo para Renan se manifestar sobre inquérito aberto em 2007 Fachin dá mais prazo para Renan se manifestar sobre inquérito aberto em 2007
 Renan Calheiros é acusado de cometer os crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso Foto: Agência Senado/ Geraldo Magela

Brasília – O ministro Edson Fachin, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do inquérito contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PDMB-RJ), decidiu aditar a denúncia contra o parlamentar sobre o caso Mônica Veloso a partir de informações prestadas pela Procuradoria Geral da República (PGR). A decisão pode adiar ainda mais o julgamento do caso pela Corte.

A denúncia tramita em segredo de Justiça e não há detalhes sobre o novo aditamento, que garante prazo de 15 dias para a defesa de Renan se manifestar. O procedimento, no entanto, contraria a posição da PGR, que diz apenas ter enviado esclarecimentos sobre o caso.

Em seu despacho, Fachin também negou um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para suspender o sigilo do processo sob o argumento de que há documentos nos autos “com potencial de expor a intimidade de terceiros que não integram” o inquérito.

Em maio, o ministro do STF havia pedido a Janot mais detalhes sobre a denúncia oferecida contra Renan antes de se posicionar sobre a abertura de uma ação penal. O ministro queria informações sobre a suposta falsificação de documentos para comprovar ao Conselho de Ética do Senado que os recursos usados para bancar a pensão alimentícia da filha que teve com Mônica Veloso eram legais.

Na denúncia, que chegou ao STF em 2013, Renan é acusado de cometer os crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso. A acusação tem como base o escândalo que está sob investigação desde 2007, pelo suposto recebimento de propina pelo parlamentar da construtora Mendes Júnior para apresentar emendas que beneficiariam a empreiteira.

Em troca, o peemedebista teria as despesas pessoais de Monica Veloso, com quem mantinha relacionamento extraconjugal, pagas pela empresa.

Para comprovar um ganho de R$ 1,9 milhão, Renan apresentou na ocasião recibos de venda de gado em Alagoas. Os documentos foram apresentados ao Conselho de Ética do Senado. A suspeita dos investigadores é de que as notas sejam frias, com falsificação dos documentos para justificar o patrimônio.

Em novembro do ano ado, o caso foi liberado para análise dos ministros e chegou a ser incluído em pauta em fevereiro. Mas foi retirada da agenda após a defesa de Renan alegar que havia uma falha processual que poderia afetar o julgamento do caso.

Caso o STF aceite a denúncia contra o parlamentar, ele se torna réu no processo e, por isso, pode acabar afastado da presidência do Senado, já que o cargo o põe em condições de ocupar a Presidência da República em caso de vacância do titular. A função não pode ser assumida por quem responde a processo penal, conforme entendeu a Corte ao afastar o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O presidente do Senado nega irregularidade e costuma dizer que é o maior interessado em esclarecer os fatos. Ele responde a pelo menos outros dez processos no STF, a maioria deles por conta da Operação Lava Jato.