Política

Doleiro Leonardo Meirelles depõe contra Cunha no Conselho de Ética

O doleiro diz ter provas de que o lobista Júlio Camargo transferiu pelo menos US$ 5 milhões em propina para uma conta secreta de Cunha na Suíça

Doleiro Leonardo Meirelles depõe contra Cunha no Conselho de Ética Doleiro Leonardo Meirelles depõe contra Cunha no Conselho de Ética Doleiro Leonardo Meirelles depõe contra Cunha no Conselho de Ética Doleiro Leonardo Meirelles depõe contra Cunha no Conselho de Ética
Meirelles faz parte do rol de testemunhas sugeridas pelo PSOL e Rede que devem ser ouvidas na fase de instrução probatória (coleta de provas e depoimentos) do processo de Cunha. Foto: Agência Brasil

Brasília – O doleiro Leonardo Meirelles, sócio do também doleiro Alberto Youssef, vai depor na manhã desta quinta-feira (07), a partir das 9h30, como testemunha de acusação no processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa.

Meirelles faz parte do rol de testemunhas sugeridas pelo PSOL e Rede, partidos que apresentaram a representação contra o peemedebista no colegiado em outubro do ano ado, e que devem ser ouvidas na fase de instrução probatória (coleta de provas e depoimentos) do processo de Cunha. Essa fase começou em 22 de março e pode durar até 40 dias.

O doleiro diz ter provas de que o lobista Júlio Camargo transferiu pelo menos US$ 5 milhões em propina para uma conta secreta de Cunha na Suíça. O dinheiro seria pagamento pelo peemedebista ter ajudado empresas coreanas e japonesas a fecharem contratos de navios sonda com a Petrobras em 2006 e 2007. O presidente da Câmara nega.

Nesta quarta-feira (06), em mais uma ação para tentar adiar a análise do processo, que se arrasta há mais de cinco meses, a defesa de Cunha ingressou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a oitiva de delatores da Operação Lava Jato arrolados como testemunhas, entre Meirelles.

Advogados de Cunha sustentam que os delatores não podem contribuir com o objeto central do processo que analisa se o presidente da Câmara quebrou o decoro parlamentar ao, segundo a representação, mentir na I da Petrobrás dizendo que não possuía contas secretas no exterior. Afirmam ainda que os delatores querem se “beneficiar” dos depoimentos.

Depois da fase da instrução, o relator terá até 10 sessões para apresentar seu parecer sugerindo uma punição a Cunha, que poderá ser o pedido de cassação. Se aprovado pelo Conselho de Ética, o relatório seguirá para o plenário da Câmara, onde deverá ser votado. Caso seja rejeitado, o processo será arquivado.

Acusação

Cunha é alvo de processo no Conselho e Ética sob acusação de ter mentido que não tinha contas secretas no exterior durante depoimento à I da Petrobras na Câmara em 2015. Investigações da Operação Lava Jato, contudo, apontam que o peemedebista possui contas na Suíça que foram supostamente abastecidas por recursos desviados da petrolífera.

A defesa afirma que Cunha não tem contas no exterior em seu nome, mas, sim, offshores. Eles insistem que os valores que o presidente da Câmara tem no exterior foram transferidos para trustes no ado.