Política

Diretora da Funai demitida por Moro deve assumir cargo no Incra

Diretora da Funai demitida por Moro deve assumir cargo no Incra Diretora da Funai demitida por Moro deve assumir cargo no Incra Diretora da Funai demitida por Moro deve assumir cargo no Incra Diretora da Funai demitida por Moro deve assumir cargo no Incra

Demitida da diretoria da Fundação Nacional do Índio (Funai) a pedido do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, a servidora Azelene Inácio deve assumir o comando da área de demarcações de terras indígenas e quilombolas dentro do Incra, órgão que agora está debaixo do Ministério da Agricultura.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que houve uma reunião dentro do próprio Incra com funcionários que atuam nessa área, para informar sobre a chegada de Azelene. Cargos e servidores que hoje executam esses trabalhos na Funai deverão migrar para a estrutura do Incra.

Azelene é alvo de investigações do Ministério Público Federal, que apontou irregularidades em sua conduta dentro da Funai, resultando em situações de “conflitos de interesse”. Azelene e seu marido, Ubiratan de Souza Maia, também aparecem em uma ação civil pública, de 2008, do MPF, relacionada à construção do complexo portuário Porto Brasil, no litoral sul de São Paulo. Souza Maia chegou a ser condenado em outro processo envolvendo arrendamento de terras indígenas em Santa Catarina. Ela se diz perseguida pelo MPF e nega irregularidades.

A reportagem procurou Azelene, que não respondeu ao pedido de entrevista. A ex-diretora da Funai defende a abertura de parcerias entre indígenas e agricultores, para plantio em terras indígenas, prática que hoje é proibida por lei. Ela é próxima da bancada ruralista e conhecida da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, chegou a ter seu nome cogitado nos bastidores para assumir a presidência da Funai.

A saída de Azelene da Funai foi conturbada. Moro pediu sua exoneração do cargo na primeira semana de janeiro, mas a diretora da Funai permaneceu na função por quase duas semanas. A demora causou desconforto no governo, por sinalizar que a decisão de Moro não seria atendida. Azelene chegou a declarar que se sentia “no governo do PT”, por ser supostamente perseguida pela cúpula federal.

A Funai, que até então estava ligada ao Ministério da Justiça, ou para a tutela do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Somente no último dia 16, a ministra Damares Alves assinou a exoneração da diretora de proteção territorial da Fundação Nacional do Índio (Funai), Azelene Inácio.

Azelene chegou a ter seu nome cotado para assumir a presidência da Funai, mas acabou perdendo o posto para Franklimberg Ribeiro de Freitas, que já tinha comandado a fundação no ano ado. Se confirmada sua entrada no Incra, ela poderá cuidar de áreas fundamentais que, até o início do ano, pertenciam à Funai, mas que agora estão debaixo do Incra e da nova Secretaria Especial de Assuntos Fundiários: a demarcação de terras indígenas e o licenciamento ambientais de empreendimentos que afetem direta ou indiretamente essas terras.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Agricultura e a Secretaria Especial de Assuntos Fundiários, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.