Política

Cunha enfrenta membros do Conselho de Ética da Câmara nesta quinta

Em 2015, Cunha compareceu à sessão como presidente da Casa e nesta quinta-feira comparece na condição de investigado, sujeito a perder o mandato parlamentar

Cunha enfrenta membros do Conselho de Ética da Câmara nesta quinta Cunha enfrenta membros do Conselho de Ética da Câmara nesta quinta Cunha enfrenta membros do Conselho de Ética da Câmara nesta quinta Cunha enfrenta membros do Conselho de Ética da Câmara nesta quinta
Cunha chegou por volta das 9h30, acompanhado de seu advogado Marcelo Nobre, e não falou com a imprens Foto: Agência Brasil

Brasília – Um ano após ter dito na I da Petrobras que não tinha contas ocultas no exterior, o deputado e presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depõe na manhã desta quinta-feira, 19, no Conselho de Ética da Casa. O peemedebista é acusado por PSOL e Rede de ter mentido à comissão em 2015 e, por isso, ter quebrado o decoro parlamentar.

Cunha chegou por volta das 9h30, acompanhado de seu advogado Marcelo Nobre, e não falou com a imprensa. O deputado está na mesma sala onde compareceu no dia 5 de março do ano ado voluntariamente. Doze meses depois, o deputado suspenso terá de explicar as contas encontradas na Suíça pela Procuradoria Geral da República (PGR), as quais ele afirma serem trustes.

Em 2015, Cunha compareceu à sessão como presidente da Casa e nesta quinta-feira comparece na condição de investigado, sujeito a perder o mandato parlamentar.

O peemedebista depõe no colegiado cercado por aliados e com a promessa de fazer um discurso de confronto direto. O primeiro a marcar presença foi seu aliado Carlos Marun (PMDB-MS). Para comportar a demanda, foi reservada uma sala maior e a sessão de votação no plenário foi cancelada.

A expectativa é que o peemedebista faça um depoimento mais político do que jurídico, negue a titularidade das contas na Suíça e reafirme que os valores encontrados no exterior não são dele, mas de trustes.

Por considerar que os votos no colegiados já estão definidos, o peemedebista não deverá focar na tentativa de convencimento dos pares, mas no ataque aos adversários declarados, como o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que disputou a presidência da Casa com ele no ano ado. “Ele vem para causar”, definiu um aliado.

Para retaliar o adversário, o Solidariedade, partido que gravita na órbita de Cunha, entrou com representação contra Delgado ontem. Se a medida chegar ao conselho, Delgado estará automaticamente fora da votação final do processo disciplinar contra Cunha.

O depoimento encerra a fase de instrução processual. Agora, o relator então terá 10 dias úteis para apresentar seu parecer final. A ideia é entregar o parecer ainda neste mês.