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Compra de Pasadena teve avaliações, reitera Cerveró

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Brasília – O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou nesta quinta-feira, 22, que a compra de metade da refinaria de Pasadena (EUA) ou por “várias avaliações entre 2005 e 2006”. De acordo com ele, que presta depoimento neste momento a uma esvaziada Comissão Parlamentar de Inquérito (I) da Petrobras no Senado, a aquisição visava adaptar a refinaria texana para processar óleo pesado brasileiro. “A aquisição de ativos foi aprovada no conselho com o objetivo primordial de levar o refino brasileiro ao exterior e agregar valor ao petróleo pesado”, disse.

“Fechamos também a aquisição da comercializadora, ideia que não fazia parte do objetivo inicial. Mas ficou evidente a conveniência de termos uma comercializadora que conhecesse o mercado americano”, declarou o ex-diretor.

De acordo com Cerveró, a sócia da petroleira brasileira, a Astra Oil, começou a sinalizar em 2007 que não estava disposta em investir o necessário para duplicar Pasadena. “A Astra não colocava como prioridade colocar mais de US$ 3 bilhões na refinaria”, disse.

A presidente da República Dilma Rousseff comandava, quando ministra da Casa Civil em 2006, o conselho de istração da Petrobras. Ela sustentou que só apoiou a compra de 50% da refinaria porque não tinha conhecimento das cláusulas Put Option, que obrigava a Petrobras a comprar a outra metade da refinaria em caso de desentendimento com a sócia Astra Oil, e Marlim, que garantia lucro mínimo aos belgas mesmo que o negócio não desse lucro. Dilma também sustentou que o resumo técnico, elaborado pela diretoria internacional da Petrobras e encaminhado ao conselho, não citava as duas cláusulas. Ao final, a petroleira brasileira teve de comprar a outra metade da refinaria e transação ocasionou um prejuízo bilionário para a Petrobras.

Numa audiência que conta apenas com a presença do líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), e da senadora Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), Cerveró disse ainda que Pasadena tem hoje margens “significativas” devido àS condições favoráveis para o processamento de óleo leve. Por último, ele avaliou que as duas cláusulas (Put Option e Marlim) são normais em negócios dessa natureza. “Com esse tipo de associação há cláusulas que preveem condições de saída, caso o sócio não queIra Acompanhar o investimento”, disse, referindo-se à Put Option. Já a Marlim, de acordo com Cerveró, visava “proteger a Petrobras” e nunca foi utilizada.

Cerveró foi demitido da diretoria financeira da BR Distribuidora depois de ter sido apontado como o responsável por elaborar o resumo técnico defendendo a transação entre a Astra Oil e a Petrobras.

Anteontem, os senadores ouviram o ex-presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, que amenizou a responsabilidade da presidente Dilma na aprovação da compra de Pasadena.