Política

Comissão do impeachment encerra mais uma fase de depoimentos em defesa de Dilma

Para defender Dilma, Barbosa disse que Michel Temer, ao enviar ao Congresso a PEC que define teto para gastos, deu justificativas que demonstram que a defesa de Dilma está correta

Comissão do impeachment encerra mais uma fase de depoimentos em defesa de Dilma Comissão do impeachment encerra mais uma fase de depoimentos em defesa de Dilma Comissão do impeachment encerra mais uma fase de depoimentos em defesa de Dilma Comissão do impeachment encerra mais uma fase de depoimentos em defesa de Dilma
Comissão do impeachment encerra mais uma fase de depoimentos em defesa de Dilma Foto: Reprodução Facebook

Brasília – Depois de nove horas de sessão, a Comissão Especial do Impeachment do Senado encerrou na noite desta sexta-feira, 17, mais uma fase de oitivas de testemunhas de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff. O destaque do dia, entre cinco depoimentos, ficou com o ex-ministro da Fazenda e do Planejamento Nelson Barbosa.

Para defender Dilma, Barbosa disse que Michel Temer, ao enviar ao Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que define teto para gastos do governo, deu justificativas que demonstram que a defesa de Dilma está correta. O projeto de Temer usa como referência fiscal o desembolso efetivo de recursos, e não a dotação orçamentária.

Segundo o ex-ministro, os decretos de crédito suplementar assinados pela presidente afastada, uma das bases do pedido de impeachment, utilizaram superávit financeiro de anos anteriores, sem que gerassem impacto para o resultado primário. “O governo Temer, ao propor seu limite de gasto, escolheu o critério financeiro. Isso para mim demonstra ‘corretude’ da tese da presidente (Dilma)”, avaliou.

Barbosa afirmou ainda que a política fiscal foi criminalizada nos últimos anos. “O movimento de criminalização da política fiscal, além de levar a um fato grave, que é o impeachment sem base, prejudica a população brasileira”, disse. “O governo brasileiro fica impedido de atuar devido à criminalização da política fiscal que vem sendo realizada nos últimos anos”, acrescentou.

Durante a sessão, Barbosa repetiu várias vezes que a edição de decretos de crédito suplementar é prevista em lei. Ele justificou algumas vezes que os decretos não trouxeram impacto para o resultado primário do governo. “A edição do decreto não ameaça o cumprimento da meta pelo simples e óbvio fato de que a criação de dotação orçamentária não autoriza criação de gasto financeiro”, explicou.

Após o depoimento de Barbosa, uma confusão tomou conta da comissão, quando os senadores da oposição tentaram derrubar a sessão por falta de quórum. O presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), não aceitou os questionamentos e alegou que a sessão não precisava de mais senadores, porque não se tratava de sessão com votações.

Já com a sessão retomada, o ex-ministro da Educação José Henrique Paim Fernandes disse que universidades federais ariam por dificuldades se Dilma não tivesse editado um decreto de suplementação orçamentária para o Ministério da Educação. Ele ressaltou que o decreto não gerou aumento de gastos.

Além de Barbosa e Paim, também foram ouvidos Zarak de Oliveira Ferreira, da Secretaria de Orçamento Federal; Antonio José Chatack Carmelo, analista de planejamento do Ministério do Planejamento; e Georgimar Martiniano de Sousa, especialista da Secretaria de Orçamento Federal.

Atendimento médico

Uma situação inusitado fez com que Lira abandonasse a sessão em meio às oitivas de testemunhas. Ele argumentou que precisaria de atendimento médico por achar que um mosquito havia entrado em seu ouvido.

“Vou ar a presidência para a senadora Ana Amélia (PP-RS), porque eu vou aqui no serviço médico. Hoje de manhã, quando eu estava aqui, essa janela estava aberta, eu fui pegar um ar natural e parece que entrou um mosquitinho aqui no ouvido”, disse, antes de deixar a mesa. A afirmação foi recebida por risadas dos colegas senadores.

No momento da saída de Lira, o ex-ministro da Educação prestava esclarecimentos ao colegiado.