Com caso Polese batendo na porta, Ales marca para hoje formação da Corregedoria Com caso Polese batendo na porta, Ales marca para hoje formação da Corregedoria Com caso Polese batendo na porta, Ales marca para hoje formação da Corregedoria Com caso Polese batendo na porta, Ales marca para hoje formação da Corregedoria
Deputados debatem durante a sessão / crédito: Ana Salles/Ales
Deputados debatem durante a sessão / crédito: Ana Salles/Ales

Por meio de uma nota pública, a ONG Transparência Capixaba informou que vai representar contra o deputado estadual Lucas Polese (PL) no Ministério Público do Estado e também na Assembleia Legislativa por suspeita de improbidade istrativa e quebra de decoro.

Polese foi multado, na madrugada de sábado  (06), após se recusar a fazer o teste do bafômetro ao ser parado numa blitz. Ele dirigia o carro oficial da Ales, designado ao seu gabinete, e teve de chamar um outro condutor para dirigir o veículo.

A ONG listou cinco ações que irá tomar com relação ao caso:

1- Que irá representar contra o deputado no Ministério Público a fim de que se investigue e tome providências diante de irregularidades que se comprovem;

2- Que a Assembleia Legislativa retome a discussão sobre a necessária identificação dos carros oficiais de uso dos deputados, conforme se pretendeu com a apresentação do PL 202/2019 que tornava obrigatória a identificação desses bens;

3- Que a Assembleia Legislativa publique com regularidade a agenda oficial dos parlamentares e seus objetivos;

4- Que seja inserida na normalização das obrigações de servidores e membros da Ales de, caso abordados por blitz, a obrigação de realizar testes de bafômetros, ou similares, se quiserem continuar a dirigir veículos da Assembleia;

5- Que seja aberto processo investigativo na Corregedoria para apurar eventual descumprimento das normas regimentais.

A coluna De Olho no Poder noticiou hoje que o debate sobre o uso e a identificação dos carros oficiais já voltou à arena pública e que poderia ensejar a ações de outros poderes e organizações, como ocorreu agora com a ONG Transparência Capixaba.

A Assembleia também emitiu nota à imprensa de que iria investigar o caso, mas acontece que o órgão interno responsável por fiscalizar a postura dos parlamentares ainda não foi formado.

Embora a resolução 1.775/95, que instituiu o Código de Ética e Decoro Parlamentar, diga no parágrafo 5º do artigo 12 que a formação da Corregedoria será feita em fevereiro – “Caberá à Mesa providenciar, durante o mês de fevereiro da 1ª (primeira) e da 3ª (terceira) sessões legislativas de cada legislatura, a eleição dos membros da Corregedoria” – a eleição do colegiado não ocorreu.

Lucas Polese (PL) / crédito: Ana Salles

Ou seja, não há, no momento, corregedor e nem Corregedoria para apurar denúncias que chegam contra a conduta dos deputados estaduais. A Ales foi questionada sobre o motivo de atrasar três meses a eleição da Corregedoria, mas ainda não se pronunciou – quando se manifestar, a coluna será atualizada.

Fato é que forçada pelas circunstâncias e pela repercussão que o caso Polese ganhou, a Ales marcou a eleição do colegiado para a sessão ordinária de hoje (09), que começa às 15 horas, segundo consta na pauta de votação.

O cotado para ser corregedor

A Corregedoria é composta pelo corregedor, pelo vice-corregedor e por três membros titulares e outros três suplentes para um mandato de dois anos. A eleição é feita no plenário e precisa ser garantida a proporcionalidade dos partidos ou blocos partidários da Casa, como na eleição da Mesa Diretora.

Como o bloco formado pelos deputados governistas tem maioria dos deputados, deve indicar a maior parte dos membros e ficar com o posto de corregedor. O mais cotado para o posto é o deputado Mazinho dos Anjos (PSDB), que já responde pelo comando da Comissão de Justiça. A definição do nome deve ocorrer pouco antes do início da sessão.

O Código de Ética traz os atos vedados aos parlamentares e a medidas disciplinares que podem ser aplicadas em caso de transgressões. As punições vão desde uma simples advertência até a cassação do mandato.

Segundo a resolução, qualquer parlamentar, cidadão ou pessoa jurídica pode apresentar denúncia contra um deputado. Mas denúncias anônimas não são permitidas.

 

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.