Política

A apoiadores, Bolsonaro diz não ter 'superpoder' para resolver todos os problemas

Cercadinho na portaria do Palácio da Alvorada se tornou nos últimos dias palco de atritos entre o presidente e apoiadores

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil

O cercadinho na portaria do Palácio da Alvorada, espaço que Jair Bolsonaro sempre utilizou para conversar com apoiadores e antecipar anúncios, se tornou nos últimos dias palco de atritos entre o presidente e apoiadores. 

Nesta quinta-feira (17), Bolsonaro voltou a reclamar do grande número de demandas que recebe e, mais uma vez, reforçou limitações da cadeira do Executivo. “O pessoal procura o presidente achando que tem superpoder. Não tenho”, rebateu, em um tom diferente do adotado até então no local que se tornou porta de o para conseguir sucesso em reivindicações pessoais.

“Não tenho como resolver o problema de todo mundo aqui”, afirmou. Em meio a pedidos para solução do problema de um apoiador relacionado a decisões judiciais, em que ele se dizia injustiçado sobre sua patente, Bolsonaro disse que se a demanda é da Justiça, não a por ele. “Eu o por cima da Justiça? Então não é comigo”, retrucou.

A alegação de Bolsonaro, no entanto, ocorre após ataques do presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ministros da Corte nos últimos meses. No entanto, depois da publicação de uma carta em que sugere harmonia entre os Poderes, escrita pelo ex-presidente Michel Temer, o chefe do Executivo amenizou o embate com as instituições.

Táxi

Ontem, 15, o presidente também demonstrou irritação ao ser cobrado por soluções. Ao ser questionado por um taxista sobre uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que exigia a instalação de um cabo nos táxis, Bolsonaro pediu que o apoiador falasse com educação para que ele pudesse avaliar uma solução para o tema.

“Eu não sei de tudo o que acontece nesse governo, são 23 ministérios”, afirmou o chefe do Executivo. Diante do pedido, Bolsonaro, irritado, se recusou a falar com o apoiador. “Eu vou resolver esse assunto, mas não dessa forma como você está falando comigo. Aqui não é lugar para resolver certos problemas. Se tiver educação, eu resolvo qualquer problema”, disse.

O presidente então ligou para o coronel Marcos Heleno Guerson Júnior, presidente do Inmetro, e perguntou sobre a exigência da instalação deste cabo. O presidente colocou a ligação no viva-voz e Guerson afirmou que a portaria sobre a troca do equipamento estava suspensa. A atitude foi comemorada pela base de apoiadores presente.