O policial militar que participou do tiroteio no último domingo (16) no bairro Santa Rita, em Vila Velha, continua recebendo ameaças e sob escolta dos colegas de profissão. Policiais de folga e viaturas ficam em frente à casa do PM para garantir a segurança do policial e da família.
As ameaças são compartilhadas na internet. Em uma delas, um jovem xinga o militar. Algumas pessoas comentam a frase demonstrando apoio ao rapaz. Em outro perfil, mais ofensas: “Policial bom é policial morto”.
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As palavras de ódio se referem ao soldado que baleou um adolescente no bairro Santa Rita, em Vila Velha. Toda a ação foi filmada. O menor tenta pegar a arma no chão para disparar contra o PM, que reage. O policial estava na varanda de casa quando tudo aconteceu.
Após a onda de ameaças, colegas de farda decidiram escoltar a residência do policial. Um militar, que prefere não se identificar,conta que as ameaças não foram feitas apenas nas redes sociais.
“Tiveram ameaças de Facebook, informações subjetivas e outras informações de populares que falavam que os policiais precisaram tomar cuidado… De lá para cá, o pessoal se uniu e ficou emocionado com a situação do policial militar, que além de militar também é um cidadão que também sofre com a criminalidade e estão lá fazendo vigília. Pessoal de folga está indo lá ajudar”, afirma o PM.
Na manhã desta quarta-feira (19), o reforço na segurança em frente ao imóvel do soldado foi feito pelas radiopatrulhas. Na rua, o clima era de tranquilidade e a população circulava normalmente. Mas na opinião de um policial, que não se identificou, a aparente trégua por parte dos traficantes é temporária.
“Foi deixada uma viatura de apoio lá mas isso vai acabar. Uma hora a viatura vai ter que circular normalmente. Uma hora os policiais que estão dando esse apoio vão achar que a rotina voltou ao normal e vão se afastar. E o militar novamente vai ficar sozinho e a família e ele vão ficar em risco novamente”, conta o PM.
Ainda de acordo com os policiais, a situação do tráfico em Santa Rita é tão complexa que talvez nem tenha solução. “Eu creio que a atual conjuntura política, nos termos de legislação, é praticamente impossível mudar aquela região. Ali é só mesmo a Polícia Militar, juntamente com os outros órgãos de segurança. É a frase que a gente brinca ‘nós enxugamos gelo'”, completou.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
