Polícia

Operação Orion cumpre mandados de apreensão na sede da Telexfree, em Vitória

Ao todo, 50 policias federais e 18 auditores da Receita Federal do Brasil participam da operação. Os responsáveis pela empresa podem responder por crimes contra o sistema financeiro

Operação Orion cumpre mandados de apreensão na sede da Telexfree, em Vitória Operação Orion cumpre mandados de apreensão na sede da Telexfree, em Vitória Operação Orion cumpre mandados de apreensão na sede da Telexfree, em Vitória Operação Orion cumpre mandados de apreensão na sede da Telexfree, em Vitória
Foto: Divulgação

Uma operação, com o objetivo de investigar crimes financeiros relacionados às atividades da Telexfree, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (24), pela Polícia Federal, em Vitória.

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão na região metropolitana deverão ser cumpridos a durante a Operação Orion, em endereços ligados à Ympactus Comercial, empresa que representa a marca Telexfree no Brasil, e seus sócios. 

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal de Vitória, que também determinou medidas cautelares alternativas à prisão aos sócios da empresa, como proibição de se ausentarem do país e comparecimento mensal à Justiça Federal, bem como o sequestro de bens imóveis, o bloqueio de contas bancárias e a suspensão de atividades econômicas da Telexfree no Brasil. Além disso, a Justiça Federal autorizou a participação de Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil na fase ostensiva da operação.

Os responsáveis pela empresa podem responder pelos crimes previstos nos artigos 7º e 16 da Lei 7492/86, que define os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, além do crime previsto no artigo 2º, inciso IX da Lei 1.521/51, que define os crimes e as contravenções contra a economia popular.

Ao todo, 50 policias federais e 18 auditores da Receita Federal do Brasil participam da operação.

O nome da operação faz alusão às Grandes Pirâmides da Planície de Gizé no Egito tendo em vista que as pirâmides estão perfeitamente alinhadas à constelação Orion.

Entenda

Em junho deste ano, as investigações da Justiça e do Ministério Público contra a Telexfree completaram um ano. A empresa de Marketing Multinível, está sendo apontada como formadora de pirâmide financeira. No Brasil, a Telexfree reuniu mais de um milhão de pessoas no negócio.

Tudo começou quando a juíza Thaís Borges, do Acre, deu parecer favorável à uma ação proposta pelo Ministério Público, e determinou a suspensão de pagamentos, e adesão de novos divulgadores à empresa. Na sequência, os Ministérios Públicos estaduais aram a investigar as ações da empresa em conjunto. Somente até julho do ano ado, a Telexfree possuía mais de 50 processos na Justiça do Espírito Santo.

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, chegou a instaurar processo istrativo contra a Telexfree (Ympactus Comercial Ltda.) por indícios de formação de pirâmide financeira. 

Segundo informações do Ministério, O DPDC recebeu no início do ano denúncias contra a empresa de vários órgãos estaduais do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, principalmente Procon e Ministério Público do Acre. A empresa estaria violando princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor, como o dever de transparência e boa-fé nas relações de consumo, além de veicular publicidade enganosa e abusiva.

Em abril deste ano, por unanimidade de votos, a Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) manteve a decisão proferida em fevereiro, que negou concessão de recuperação judicial à sociedade empresária Ympactus Comercial S/A, conhecida comercialmente como Telexfree. A concessão já havia sido negada também em primeiro grau pelo juiz titular da Vara de Recuperação Judicial e Falência de Vitória. 

No mês de maio, a esposa de um dos fundadores da empresa Telexfree, o capixaba Carlos Nataniel Wanzeler, acusado por autoridades dos Estados Unidos de fraudar investidores e fugir para o Brasil, foi presa ao tentar embarcar no aeroporto JFK, em Nova York. Katia Wanzeler, de 45 anos, estava em um voo internacional e pretendia deixar os Estados Unidos. 

Durante as investigações da Polícia Federal dos Estados Unidos, Wanzeler conseguiu fugir para o Brasil, mas a esposa ficou no estado onde viviam, em Massachusetts.