Polícia

Juíza manda prender acusados de agredir empresário no Instituto Lula

Agressão aconteceu em 5 de abril, dia em que o juiz Sérgio Moro decretou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá

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A juíza Débora Faitarone, da 1ª Vara do Júri de São Paulo, decretou a prisão preventiva do ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o “Maninho do PT”, e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, acusados de tentativa de homicídio duplamente qualificado — “por motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima” — contra o empresário Carlos Alberto Bettoni, em agressão ocorrida no dia 5 de abril, em frente à sede do Instituto Lula, em São Paulo.

Na decisão, a magistrada aceitou a denúncia do promotor Luiz Eduardo Levit Zilberman, do Ministério Público de São Paulo, contra Manoel e Leandro. Ela destaca que “a vítima permaneceu dias na UTI”.

A defesa dos acusados recebeu a decisão com “surpresa” porque “não corresponde com a realidade”, já que o caso não se enquadraria como tentativa de homicídio, mas como lesão corporal (veja o posicionamento completo ao final).

De acordo com a juíza Faitarone, o estado de saúde do agredido “ainda é gravíssimo, não obstante já tenha deixado o hospital”.

“O laudo pericial juntado aos autos acusa traumatismo craniano (ferimento corto contuso na região da cabeça com afundamento parietal posterior a esquerda. Hemorragia em lobo frontal e temporal direitos e traumatismo com fraturas na porção óssea do septo nasal)”, anotou a juíza na decisão.

Segundo a magistrada, Maninho e seu filho “contaram com a impunidade, que não veio e não virá”. “Eles não podem permanecer em liberdade após a prática de um crime doloso contra a vida, praticado de maneira tão covarde”.

“As imagens demonstraram que a vítima, por diversas vezes, pediu para que os réus mantivessem a calma. Ela [a vítima] ergueu o braço, com a palma da mão aberta e implorou para que eles cessassem as agressões. Ela tentou fugir dos réus, mas infelizmente não conseguiu”, afirmou.

No despacho, a juíza ainda avalia que a “liberdade dos acusados geraria, na sociedade, uma enorme sensação de impunidade e a impunidade é um convite ao crime”.

“O Brasil é o país com o maior número de homicídios do mundo e isso exige responsabilidade social por parte do Poder Judiciário”, escreveu.

A juíza afirma que, após empurrar o empresário contra o caminhão “mesmo com a vítima caída, com uma poça de sangue que escorria pela sua cabeça em via pública (ela parecia estar convulsionando), os réus afastaram-se do local, demonstrando frieza e total desprezo pela vida humana”.

“A vítima foi socorrida por populares, que gritaram por uma ambulância. Os gritos dos populares são de desespero. As imagens demonstraram, de maneira clara, toda a cena”, narra.

Denúncia

Nesta quinta-feira, o promotor Luiz Eduardo Levit Zilberman denunciou o ex-vereador e seu filho por tentativa de homicídio duplamente qualificado. Segundo o promotor, o crime foi cometido por motivo torpe “decorrente de intolerância diante da suposição de que a vítima estivesse no local a protestar contra o ex-presidente da República e seus apoiadores políticos” e com emprego de meio cruel.

Zilberman pediu o arquivamento do caso em relação ao sindicalista Paulo Cayres, conhecido como “Paulão”, que chegou a ser indiciado.

Defesa

A advogada Patrícia Cavalcanti, que defende Manoel Eduardo Marinho e Leandro Eduardo Marinho, informou à RecordTV que recebeu o pedido de prisão com “surpresa”, porque “não corresponde com a realidade dos fatos”.

“O próprio laudo pericial acostado nos autos demonstra a real verdade dos fatos, logo esta decisão está fora do contexto da situação, já que estamos diante de uma lesão corporal e não tentativa de homicídio. Nós enquanto defesa estamos reunidos para avaliar toda a situação. É certo que defesa irá recorrer desta decisão”, diz a advogada.

Na opinião dos advogados Daniel Bialski e João Batista Jr, que representam o empresário Carlos Alberto Bettoni, “a prisão cautelar decretada, além de muito bem fundamentada, atende os anseios da sociedade e traz segurança para que testemunhas e vítima possam ter tranquilidade para depor em juízo e aguardar o julgamento pelo Tribunal do Júri”.

As informações são do R7