As cidades de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica receberam, nesta segunda-feira (2), o Kit Mulher Viva + de enfrentamento da violência contra a mulher no Espírito Santo. Cada kit é composto por um veículo zero quilômetro, um notebook e um projetor multimídia.
A iniciativa faz parte do Pacto Estadual pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e Prevenção ao Feminicídio, lançado pela Secretaria Estadual das Mulheres (SESM), que tem como objetivo “prevenir, combater e enfrentar todas as formas de violências com ênfase na prevenção ao feminicídio”.
Violência contra a mulher no ES: pacto estadual
O pacto foi lançado nesta segunda-feira (2), no Palácio Anchieta, sede do governo do Estado, na Capital. Além das cidades da Grande Vitória, outros 12 municípios estão habilitados para receber os recursos. O cronograma de distribuição será lançado em breve.
Os kits devem ser utilizados exclusivamente pelos Organismos de Políticas para Mulheres (OPMs) para atividades como atendimento a mulheres e meninas, capacitações, ações educativas e outros projetos voltados à prevenção da violência e ao empoderamento feminino.
A ideia do pacto é ser um instrumento de planejamento de ações para implementação de políticas públicas intersetoriais que promovam a proteção das mulheres.
Entre os eixos de atuação do novo plano, estão: ampliação e fortalecimento da rede de serviços para as mulheres; garantia da autonomia e dos direitos sexuais; e prevenção ao feminicídio.
Mais de 790 mulheres assassinadas em cinco anos no ES
No Espírito Santo, entre os anos de 2019 e 2024, foram 577 homicídios de mulheres e 217 casos de feminicídio. O número totaliza 794 mulheres vítimas da violência no Estado, segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).
Em nível nacional, os dados mostram que a maioria das mulheres assassinadas no Brasil são negras e têm entre 18 e 44 anos, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
No cenário capixaba, a situação não é diferente. Em 2024, 52,63% das mulheres vítimas de feminicídio foram pretas e pardas.
Outro dado alarmante é a violência contra as travestis e mulheres trans, de acordo com o Dossiê – Assassinatos e Violências contra travestis e transsexuais brasileiras em 2023. Os números dão conta de que os assassinatos de travestis e mulheres trans somam 1.025 casos, 97% do total, nos últimos sete anos (2017 a 2023) contabilizados nesta pesquisa.