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Pesquisa da Ufes ganha menção honrosa em prêmio do 'Oscar' da ciência

A pesquisa identificou os fatores associados à tuberculose entre os migrantes internacionais residentes em quatro capitais brasileiras

Pesquisa da Ufes ganha menção honrosa em prêmio do ‘Oscar’ da ciência Pesquisa da Ufes ganha menção honrosa em prêmio do ‘Oscar’ da ciência Pesquisa da Ufes ganha menção honrosa em prêmio do ‘Oscar’ da ciência Pesquisa da Ufes ganha menção honrosa em prêmio do ‘Oscar’ da ciência
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) sobre o enfrentamento da tuberculose entre migrantes internacionais e refugiados no Brasil recebeu uma menção honrosa no prêmio Capes de Tese 2023, que reconhece a qualidade de trabalhos de conclusão de doutorado defendidos no Brasil em 2022. 

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Entenda como a pesquisa foi aplicada e as conclusões

O resultado da menção honrosa foi divulgado nesta quarta-feira (21). A pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) identificou os fatores associados à tuberculose – infecção transmissível que afeta prioritariamente os pulmões – entre os migrantes internacionais residentes em quatro capitais brasileiras.

A pesquisadora responsável, Sonia Vivian de Jezus, teve como orientadora do estudo a professora e epidemiologista Ethel Maciel que, atualmente, está atuando na Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.

O estudo foi realizado em 2020 nas capitais Boa Vista (RR), Manaus (AM), São Paulo (SP) e Curitiba (PR) e revelou que os maiores casos de tuberculose acontecem entre migrantes internacionais, sendo 46,1% em Manaus, 33,3% em São Paulo, 28,1% em Curitiba e 23,5% em Boa Vista. 

As cidades foram escolhidas porque receberam um elevado contingente de migrantes internacionais no Brasil.

Segundo a pesquisadora, os dados revelam que tais grupos, quando em situação de vulnerabilidade social, am a conviver com o alto risco de infecção pela doença

Isso se deve, principalmente, à exposição a condições de moradia e saúde precárias, a muitas aglomerações, ao enfrentamento de dificuldades no o aos serviços públicos de saúde no Brasil e a barreira do idioma. 

A pesquisa também ressaltou a importância do treinamento de profissionais de saúde para atender a essa população de forma sensível e eficaz.

O estudo também analisou o Plano de Ação Local de Manaus, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa). A medida visa promover o o ao Sistema Único de Saúde (SUS) a indígenas venezuelanos da etnia Warao na cidade. 

Assim, sua implementação, suas experiências e seus impactos na perspectiva dos profissionais de saúde e dos próprios migrantes também foram alvos do estudo.

A análise mostrou que o Plano de Ação Local obteve resultados positivos ao melhorar o o ao sistema de saúde para os indígenas venezuelanos da etnia Warao em Manaus

As condições de saúde do grupo e sua integração aos principais serviços públicos da cidade, inclusive àqueles relacionados a benefícios sociais, melhoraram significativamente. 

A pesquisadora também explicou que, por ser capaz de enfrentar todos esses desafios e promover o bem-estar e a prevenção de doenças, o Plano de Ação foi bem aceito pela população. 

Devido a este sucesso, ele foi estendido a todos os venezuelanos que chegam e se instalam nas ruas de Manaus.

O estudo colabora para que mudanças visando o aprimoramento dos processos associados aos problemas de saúde aconteçam, a partir de políticas de saúde pública. 

Os resultados destacam a real necessidade de se implementar medidas para enfrentar a tuberculose entre migrantes internacionais e refugiados, visando a redução das desigualdades de saúde e o o equitativo ao sistema de saúde.