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Médico desenhava corações nas filhas dormindo quando chegava tarde

A tradição de deixar um sinal de amor tornou-se uma memória inesquecível nas irmãs Victória e Valentina, filhas do cirurgião plástico Davi Mollo Machado

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Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Valentina, Davi e Victória

Victória e Valentina eram crianças, precisavam dormir cedo e, muitas vezes, não dava tempo ver o pai, que chegava tarde em casa depois da rotina corrida da vida de cirurgião. 

No dia seguinte, o vazio de “poxa, não vimos o papai” é preenchido por uma atitude simples, que virou tradição na família: um coraçãozinho desenhado com caneta permanente em alguma parte do corpo. 

Pronto! Era esse o sinal. Ele esteve ali. Enquanto dormiam, ele chegava sem fazer muito barulho, entre um carinho no cabelo e um beijinho no rosto, desenhava um coração. 

É quase como um conto de fadas ou aquelas histórias contadas aos pequenos, com seres fantasiosos que deixavam algum presente para crianças durante a noite, enquanto ninguém estava olhando. 

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Mas, dessa vez, um ser real, de carne, osso e amor. O coração ficava ao longo do dia, ninguém queria tirar durante o banho. 

Neste Dia dos Pais, o Folha Vitória preparou uma surpresa, assim como os corações desenhados. As irmãs Victória Baptista Machado, de 24 anos, e Valentina Baptista Machado, de 28, contaram vários segredos e lembranças com o pai, Davi Mollo Machado. É um mergulho na infância e uma celebração do presente.

Dr. Davi, prepara o coração (o de verdade!) porque o de caneta permanente virou matéria de jornal. 

Foto: Foto: Arquivo Pessoal

Victória, Valentina e Davi

Relação de pai e filhas atravessa a medicina 

Como cirurgião, Davi tem uma agenda apertada e, as filhas, um horário rígido. Enquanto elas precisavam dormir cedo, ele só conseguia chegar tarde. A ausência se transformou em uma brincadeira, uma memória viva e um exemplo de amor.

“Meu pai é um homem muito batalhador, sempre correu muito atrás do que ele quis e sempre foi esse homem determinado. E isso facilmente poderia fazer com que ele se ausentasse de casa. Chegava no hospital 6 horas da manhã, muitas vezes deixava até de almoçar e ia direto pro consultório, chegava em casa só de noite. Mas nunca, nunca mesmo, a gente sentiu falta dele em algum sentido. Porque ele sempre arranjou meios de fazer isso acontecer, dessa presença ficar um pouco mais palpável”, contou Valentina. 

E era motivo de alegria. Mesmo sem ter visto o pai, o coração estava desenhado e ninguém ousava apagar.

“Essa memória do coração é um clássico que eu carrego com muito carinho. Eu tenho memória muito nítida na minha cabeça tomando cuidado no banho para não apagar o coração. Chegávamos na escola com o coração, torcendo para alguém perguntar o que era e eu tinha o maior orgulho de falar”, completou Victória.

O exemplo dentro de casa fez com que as irmãs cultivassem a vontade de seguir os os do pai na medicina. Os livros de cirurgia que ficavam no carro eram folheados pelos olhares curiosos das meninas e o carinho com os pacientes só fez crescer o amor pela profissão. Hoje, as duas são médicas

Uma das histórias que marcaram as irmãs foi a de uma paciente, também criança, que tinha sofrido um acidente de carro e estava com várias queimaduras. No dia do aniversário, para trazer um pouco de alegria àquela criança machucada e triste, que estava internada no hospital, Davi levou as filhas e tirou algumas ataduras da paciente para poderem brincar.

Praia secreta, carros esportivos e buquê de flores

Victória compartilha algumas tradições com o pai, como uma praia secreta. Uma praia que ninguém sabe onde fica, nem mesmo a mãe, somente o pai e as filhas.

“A gente tinha uma praia secreta, que só a gente sabia onde era e tomava sorvete perto. E minha mãe até hoje não sabe onde é essa praia, porque era uma coisa só minha, da Valentina e dele”, contou.

Foto: Foto: Arquivo Pessoal

Victória e Davi

Uma das manias entre Victória e o pai é a paixão por carros esportivos. Sempre que estão juntos, ficam identificando um e outro, falando os modelos. E ninguém entende nada, é coisa deles. É hobby de pai e filha.

Mas uma coisa que ele não abre mão é dos buquês de flores. Para Victória e Valentina, no dia dos aniversários, e o maior buquê de todos, que fica com a Gracinha Machado, a esposa.

O legado de família unida

A família unida é, com certeza, um dos legados que o pai deixa para as filhas. Valentina conta como o pai se esforça para ter a família unida e respeitar suas crenças. Mesmo com a correria, consultório cheio, quando alguém pergunta como ele está dando conta, ele vai responder “meu caro, eu sou filho do Rei”.

E a família unida, o exemplo de amor diário, é inspiração para as irmãs, que sabem o valor de ter os pais por perto. 

“Ele e minha mãe têm uma parceria muito linda, um amor muito inspirador, que é a base da nossa família. Estão há mais de 40 anos juntos e isso pra gente é uma inspiração, sabe? Foi isso que eles aram pra gente, de saber que é Deus acima de todas as coisas, em seguida vem a família e como a gente precisa prezar por isso mesmo. De que adianta a gente ter todo o sucesso do mundo se dentro da nossa casa as coisas estão em ruínas?”, finalizou.

Foto: Foto: Arquivo Pessoal

Dani, Valentina, Victória e Gracinha

Carol Poleze, repórter do Folha Vitória
Carol Poleze

Repórter

Jornalista pela Universidade Vila Velha (UVV) e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). ou por veículos nacionais como Broadcast/Agência Estado, Estadão e BandNews FM. Atua como repórter do Folha Vitória desde 2023.

Jornalista pela Universidade Vila Velha (UVV) e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). ou por veículos nacionais como Broadcast/Agência Estado, Estadão e BandNews FM. Atua como repórter do Folha Vitória desde 2023.