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Muqui vai decretar situação de emergência por causa da crise hídrica

Os moradores já convivem com o racionamento de água, que segundo a Cesan, é feito durante o dia na parte alta da cidade e à noite na parte baixa

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Com o nível do Córrego Rio Claro baixo, os moradores de Muqui enfrentam racionamento de água Foto: ​Mário Valim

O município de Muqui enfrenta uma grande crise hídrica e o racionamento de água chegou aos moradores, que precisam comprar água mineral para consumo e até mesmo para tomar banho. Por conta disso, o prefeito de Muqui Aluísio Filgueiras (PSDB) vai decretar situação de emergência na cidade.

“Estamos fazendo um levantamento de prejuízo no interior do município e na sede, e com o decreto esperamos ter ajudar dos governos Federal e Estadual, pois a seca está violenta e tem afetado muito os moradores, principalmente, os que moram no interior e dependem de água para a produção de café, uma das mais prejudicadas”, comenta o prefeito.

Segundo Aluísio, a situação piora a cada dia. “A Cesan é órgão responsável pela água em nossa cidade. São 50 anos aqui sem fazer sequer um investimento. O nosso rio está secando e mostramos uma solução, que seria captar a água em outro local, mas eles alegaram que precisa de obras e que iria demorar. Estamos sujeitos a ficar sem água a qualquer momento”, explica o prefeito.

Ainda, de acordo com Filgueiras, a Cesan tem disponibilizado um caminhão pipa para levar água até algumas casas. “O caminhão transporta oito mil litros. Então, para atender a demanda, várias viagens teriam que ser feitas, mas isso não acontece. A água não tem chegado a parte alta da cidade, e os moradores estão muito prejudicados”, ressalta.

Além de tentar ajudar a população, o prefeito disse que está proibido lavar carros, calçadas e ruas, ou qualquer outra forma de desperdício de água. Caso um morador seja flagrado desperdiçando água, ele terá que pegar uma multa no valor de R$ 150. “As pessoas precisam ter consciência que o momento é crítico e evitar gastar água sem necessidade. Estamos fazendo o possível, mas não sabemos como ficará a situação”, completa o prefeito.

A falta d’água atinge os moradores de Muqui há semanas Foto: ​Mário Valim

Sem água para o banho

Os moradores contam que a água cai um dia e fica outros dois sem cair. “Estamos sofrendo muito. Essa é uma tragédia anunciada. Há anos estamos convivendo com a seca e a falta d’água e até hoje nenhum reservatório foi construído ao longo desses anos. Não podemos depender só da água para chuva para enfrentarmos o problema”, comenta o comerciante José Renato Martins.

Ele frisa que o pior ainda está por vir. “No meu trabalho, a água não faz tanta falta. Mas, em minha casa estamos comprando água mineral para cozinhar, beber e até mesmo tomar banho. Não temos água para nada, e só está piorando”, concluiu o comerciante.

Por meio de nota, a Cesan informa que devido à escassez hídrica que afeta o Estado, atualmente, o município de Muqui está racionando água. Um rodízio está sendo realizado para atender a população. Durante o dia o abastecimento é feito nas partes altas e a noite nas partes baixas da cidade.

Ainda, segundo a nota, a vazão necessária, do Córrego Rio Claro, para abastecer o município é de 26 litros por segundo e o volume disponível é de apenas 14 litros por segundo. Caso chova, a situação pode ser amenizada. A população deve evitar o desperdício, reduzindo o consumo e praticando o reuso da água.