Geral

Morre Cacau Monjardim, embaixador da moqueca capixaba, aos 93 anos

O Dia da Moqueca é celebrado na data do aniversário do escritor e jornalista. José Carlos Monjardim Cavalcanti morreu aos 93 anos, vítima de uma parada cardíaca

Morre Cacau Monjardim, embaixador da moqueca capixaba, aos 93 anos Morre Cacau Monjardim, embaixador da moqueca capixaba, aos 93 anos Morre Cacau Monjardim, embaixador da moqueca capixaba, aos 93 anos Morre Cacau Monjardim, embaixador da moqueca capixaba, aos 93 anos
Foto: Reprodução / Twitter

O escritor e jornalista capixaba José Carlos Monjardim Cavalcanti morreu nesta terça-feira (18) aos 93 anos. Mais conhecido como Cacau Monjardim, ele exerceu um papel importante na cultura capixaba. 

A morte foi divulgada pela família nas redes sociais. Ao Folha Vitória, os familiares disseram que a causa do falecimento foi uma parada cardíaca.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas pelo WhatsApp? Clique aqui e participe do nosso grupo de notícias!

Cacau tinha dois filhos e três netos. O esposo de uma das netas de Cacau, Lorenzo Fontana, disse ao jornal online que ele ou mal durante a manhã e foi levado para um hospital particular, em Vitória.

Ele teve dores no peito pela manhã, por volta das 11h, foi para o Cias bem, andando e tudo, chegou a brincar com as enfermeiras, mas antes de ser atendido pela equipe médica, teve uma parada e não conseguiu ser reanimado”, disse.

Cacau nasceu no bairro Fradinhos, em Vitória, em 30 de setembro de 1929. Bacharel em Direito, de empresas e jornalista, ele chegou a presidir a Empresa Capixaba de Turismo e a Empreendimentos Minas Gerais-Espírito Santo. 

Ele também foi secretário de Estado da Comunicação Social, subsecretário de Estado do Turismo, subchefe da Casa Civil, diretor do Banestes e secretário Municipal de Turismo e Comunicação Social da Prefeitura de Vitória.

Cacau ainda foi membro do Conselho Estadual de Turismo, do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho de istração da Fundação Cultural do Espírito Santo. Ele também foi membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e da Academia de Artes e Letras de Cascais (Portugal). 

Cacau é autor da frase “Moqueca só capixaba, o resto é peixada”

Cacau Monjardim ficou conhecido principalmente pela relação com o turismo e com a cultura capixaba. O Dia da Moqueca, por exemplo, surgiu a partir do aniversário de Monjardim.

Foi ele quem criou a tradicional frase “Moqueca só capixaba, o resto é peixada”, que se tornou o slogan do prato. O jornalista, há mais de 40 anos, era conhecido por ser um grande defensor e estudioso da cultura do Estado. 

A família ainda não há informação sobre o velório e o sepultamento.

Homenagens: Cacau sempre será lembrado pelo amor ao ES

O historiador Fernando Achiamé guarda boas memórias dos momentos que viveu com Cacau. Para ele, o jornalista e escritor sempre será lembrado como uma pessoa fascinante, rica em cultura, inteligência e amor ao Espírito Santo.

Eu conheci Cacau há décadas. Trabalhamos no governo, ele na área de Turismo e eu do Arquivo Público. Ultimamente o contato aumentou porque somos colegas na Academia Espírito-Santense de Letras. Tínhamos um contato muito bom. Ele era uma pessoa fascinante, de muita cultura, inteligência e amor ao Espírito Santo. A memória dele não pode ser apagada e nem o seu slogan. Também pode ser lembrado pela alegria de viver e pelo amor a nossa gente. Foi um grande jornalista. O nosso último encontro foi em uma reunião, às vezes eu dava carona para ele. Tivemos uma reunião na Academia de Letras e nós conversamos muito sobre o ado“, confidenciou.

Capixabas lamentam morte

O governador do Estado, Renato Casagrande, considerou a perda irreparável. Ele destacou a trajetória de Cacau ao valorizar o Estado. 

O Espírito Santo perdeu hoje um ícone da comunicação e no turismo. Cacau Monjardim teve atuação de destaque na imprensa e foi um embaixador do nosso turismo, em especial, do nosso grande símbolo: a moqueca capixaba. Uma perda irreparável! Expresso meus sentimentos aos familiares e amigos“.

O prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, prestou solidariedade aos amigos e familiares. Ele também destacou o carinho que Cacau tinha pela cultura capixaba.

Nossa moqueca perde seu grande defensor. Assim como o turismo, a cultura e o jornalismo. Cacau Monjardim nos deixou hoje e com ele um pedaço desse bairrismo e amor pelo Espírito Santo. Meus sentimentos aos familiares, amigos e colegas de trabalho“.

O senador Fabiano Contarato destacou que Cacau sempre exaltou o amor pelo Estado.

Hoje perdemos um grande capixaba. Defensor do jornalismo, do turismo e da cultura do nosso Espírito Santo, Cacau Monjardim sempre exaltou o amor pela nossa terra. Descanse em paz, Cacau! Que Deus conforte o coração dos familiares e amigos“, escreveu no Twitter.

Academia Espírito-santense de Letras destaca trajetória do jornalista

Em nota enviada à imprensa, a Academia Espírito-santense de Letras (AEL) contou um pouco da trajetória de Cacau Monjardim e solidarizou com amigos e familiares. Lembrou que ele era o terceiro ocupante da cadeira 37 da AEL, que tem como patrono Antônio Cláudio Soído.

Bacharel em Direito, foi de empresas e jornalista profissional, tendo dirigido jornais, revistas e emissoras do Espírito Santo, além de ter pontuado como publicitário, homem de marketing e técnico em turismo.

“Presidiu durante cerca de dez anos a Empresa Capixaba de Turismo e a Empreendimentos Minas-Espírito Santo. Exerceu as funções de secretário de estado da Comunicação Social, subsecretário de estado do Turismo, subchefe da Casa Civil, diretor do Sistema Financeiro Banestes e secretário municipal de Turismo e Comunicação Social da PMV.

Foi membro do Conselho Estadual de Turismo, do Conselho Estadual de Cultura, do Conselho de istração da Fundação Cultural do Espírito Santo e diretor-executivo da Fundação Jônice Tristão. Era membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e da Academia de Artes e Letras de Cascais (Portugal).

Como jornalista liderou expressiva fase da imprensa capixaba, assinando colunas diárias como ‘Coquetel da Cidade’ (A Gazeta), ‘Poltrona B’ (O Diário) e ‘Turismo’ (A Tribuna), além de produzir programas radiofônicos, reportagens, artigos e crônicas para jornais e revistas nacionais e internacionais”, relembrou.

A AEL fez ainda uma listagem das obras publicadas de Cacau Monjardim: Turismo e desenvolvimento (1973), Turismo no Espírito Santo (1974), Segredos da cozinha capixaba (1974), Horóscopo turístico (1984), História e estórias da aguardente (1985), Capixaba, sim (1987), Capixaba, hoje mais do que ontem (2006), Sucessos e sorrisos (2010).

“Por meio desta nota, a Academia Espírito-santense de Letras se solidariza com os familiares e presta sua homenagem a José Carlos Monjardim Cavalcanti por sua contribuição inestimável para a cultura do estado do Espírito Santo”, finaliza.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros

Produtor web

Gabriel Barros é jornalista formado pelo Centro Universitário Faesa e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2018 no jornalismo capixaba. Em 2020, ou a integrar a equipe do jornal online Folha Vitória, em coberturas sobre o cotidiano das cidades do Estado, política e cultura.

Gabriel Barros é jornalista formado pelo Centro Universitário Faesa e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2018 no jornalismo capixaba. Em 2020, ou a integrar a equipe do jornal online Folha Vitória, em coberturas sobre o cotidiano das cidades do Estado, política e cultura.