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Mesmo com medidas de segurança nas escolas do ES, pais optam por manter filhos em casa

Especialistas, no entanto, afirmam que, se todos os cuidados para a prevenção do coronavírus forem tomados, o retorno para a sala de aula é seguro

Mesmo com medidas de segurança nas escolas do ES, pais optam por manter filhos em casa Mesmo com medidas de segurança nas escolas do ES, pais optam por manter filhos em casa Mesmo com medidas de segurança nas escolas do ES, pais optam por manter filhos em casa Mesmo com medidas de segurança nas escolas do ES, pais optam por manter filhos em casa
Foto: Reprodução / Pexels

Com a volta das aulas presenciais da educação infantil e do ensino fundamental I (até o 5º ano) nas cidades capixabas classificadas no risco alto para a covid-19, as escolas públicas e particulares desses municípios precisaram de readequar para receber os alunos. 

Diversas medidas foram adotadas para minimizar os riscos de transmissão do novo coronavírus nesses ambientes, entre elas o distanciamento das carteiras, uso obrigatório de máscaras e disponibilização de pontos de higienização. Além disso, é preciso seguir a determinação do governo estadual, de limitar em 50% a ocupação máxima das salas de aula — como ocorre nos demais municípios.

Mesmo com todas essas medidas, alguns pais ainda têm optado por manter os filhos estudando dentro de casa. É o caso da artesã Sheila Gomes, mãe de cinco filhos. Ela conta que, há quase dois meses, a rotina de estudos das crianças é pela tela do computador. “Muito difícil, trabalho redobrado. Muitas vezes é muito estressante, eles começam a ficar muito ansiosos”, disse.

Mesmo assim, Sheila prefere manter o ensino remoto para os filhos, pelo menos por enquanto. “A questão é: as pessoas não estão priorizando o que é principal, que seria a educação. As pessoas se acostumaram com essa pandemia. Quando o governo afrouxa um pouquinho, parece que já está tudo liberado. Aí todo mundo começa a aglomerar e daqui a pouco volta tudo de novo. Então isso, para a gente que tem filhos, que está em casa e está ando por todo esse processo extremamente desgastante, a gente prefere fazer a nossa rotina. Eles só vão voltar agora quando a gente tiver certeza de que já está tudo calmo”, afirmou.

A consultora de gestão hospitalar Fernanda Pimentel é outra que prefere manter a filha, de 10 anos, nas aulas online, mesmo sabendo da importância de levá-la à escola para ter contato com os colegas e professores. 

“A gente vê que realmente ela sente falta de estar ali junto com os coleguinhas, de estar ali interagindo. Mas ela mesmo pediu para a gente esperar um pouco, até a situação se normalizar. Não só isso. A gente também tem medo de mandar ela para a escola, por causa das incertezas”, destacou.

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Especialistas, no entanto, afirmam que, se todos os cuidados para a prevenção do coronavírus forem tomados, o retorno para a sala de aula é seguro. “Em primeiro lugar, é importante que as crianças estejam saudáveis. Então a criança que está saudável vai para a escola, vai de máscara, vai levar o menor número de objetos possíveis de casa, vai fazer a troca da máscara na escola, dependendo do tempo que ela vai ficar, e vai fazer a higiene das mãos com álcool gel”, ressaltou a médica infectopediatra Euzanete Maria Cozer.

Segundo ela, para um retorno seguro, é importante que as crianças se limitem ao trajeto casa-escola. “Não é hora ainda de abrir guarda de ir para festinha infantil, de ir para recreações após o horário da escola, para a gente reduzir a exposição dessas crianças”, orientou.

A médica salienta ainda que, em algumas situações, os pequenos não devem voltar à escola. “O pai, a mãe ou uma babá, alguém em casa com suspeita ou confirmação de covid, a criança não vai para a escola. Se a criança começou a ter sintoma de tosse e coriza no fim de semana e na segunda ela já está boa, pode ir para a escola? Não. Covid em criança acontece desse jeito: um ou dois dias de febre, coriza e mal estar”, explicou.

Enquanto não dá para dar aquele abraço em todos os parentes e amigos, pelo menos em casa, entre família, a aglomeração está liberada. “Dentro de casa é o ambiente seguro que a gente tem. Tem muitas crianças que, até dentro de casa, ficam toda hora querendo usar álcool, porque elas estão treinadas para isso. Então é hora de a gente baixar um pouquinho a guarda dentro de casa, que é o lugar seguro. Esse é o lugar de abraçar, de beijar”, destacou a médica.

Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/RecordTV