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Flexibilização da posse de arma de fogo provoca reações em entidades rurais

Para os apoiadores, medida ainda é "paliativa". Já o Sou da Paz vê "fetiche e obsessão do governo por armas"

Flexibilização da posse de arma de fogo provoca reações em entidades rurais Flexibilização da posse de arma de fogo provoca reações em entidades rurais Flexibilização da posse de arma de fogo provoca reações em entidades rurais Flexibilização da posse de arma de fogo provoca reações em entidades rurais
Foto: Divulgação

A aprovação pela Câmara dos Deputados da flexibilização da posse estendida de armas de fogo em propriedades rurais já provoca reações em entidades voltadas ao campo e ao agronegócio e em grupos que são contra à política do atual governo no que diz respeito ao tema.

Para os apoiadores, medida ainda é “paliativa”. Já o Sou da Paz vê “fetiche e obsessão do governo por armas”.

A medida, que vai a sanção do presidente Jair Bolsonaro, permite ao proprietário ou gerente de uma fazenda andar armado em toda a área da propriedade e não apenas na sede. O projeto foi aprovado por 320 votos a 61.

Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Marcelo Vieira, a medida é “paliativa”. “A flexibilização de armas de fogo deve ser encarada como uma medida paliativa da falta de segurança no campo – hoje o principal problema do agronegócio brasileiro, influenciando no custo da produção e na perda de competitividade dos produtores. O debate precisa ser mais aprofundado, ando pela ampliação e aperfeiçoamento das patrulhas rurais”, disse Vieira.

O presidente da Sociedade Rural ainda completa: “Equipar as polícias com recursos de inteligência e apoio logístico será importante para atacar a raiz do problema: os focos de comércio de produtos roubados ou furtados no campo. É preciso que os Estados fortaleçam suas unidades especializadas de prevenção para ter condições de ficar um o à frente das quadrilhas, cada vez mais estruturas e bem equipadas.”

Já para o dirigente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de São Paulo (Aprosoja-SP), Gustavo Ribeiro Rocha Chavaglia. “A paz no campo se faz necessária. Não sou apologista do uso de armas, mas a vastidão das terras e o isolamento do produtor rural pedem algum tipo de proteção. Se a sociedade está refém do banditismo nas cidades, a situação no campo é ainda muito pior. A aprovação é o mínimo de possibilidade de dar segurança ao produtor rural”, comenta. “Claro, precisamos mais do que armas, precisamos de políticas públicas e inteligência, mas a aprovação da posse de armas nos traz alguma possibilidade de defesa e de intimidação contra quem estiver mal intencionado”, completou Chavaglia.

Para o diretor de relações institucionais do Sou da Paz, Felippe Angeli, é preciso denunciar a obsessão desse governo pelas armas. “É preciso denunciar a quantidade de projetos desse governo, na Câmara e no Senado, em defesa do porte de armas. Existe um consenso acadêmico e cientifico de que mais armas disponíveis representa mais violência. Por isso, antes de tudo, é preciso denunciar essa obsessão e obstinação desse governo em relação às armas. Até quando vai esse fetiche por armas de fogo? O Brasil tem outras questões como o desemprego, a saúde e as queimadas na Amazônia para serem tratadas…”, disse.