Geral

Europa teme excesso de oferta de aço com plano de Trump de sobretaxar importação

As importações da UE de aço laminado aumentaram 1%, para 32 milhões de toneladas, um recorde

Europa teme excesso de oferta de aço com plano de Trump de sobretaxar importação Europa teme excesso de oferta de aço com plano de Trump de sobretaxar importação Europa teme excesso de oferta de aço com plano de Trump de sobretaxar importação Europa teme excesso de oferta de aço com plano de Trump de sobretaxar importação
Foto: reprodução internet
Foto: reprodução internet

O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do plano de sobretaxar as importações de aço pode elevar os preços nos EUA no curto prazo, mas a medida pode ter o efeito oposto na Europa. O objetivo de Trump, anunciado na semana ada, de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as importações de alumínio pode desviar para a União Europeia um fluxo de aço barato que atualmente vai para os EUA, temem siderúrgicas da União Europeia.

“Os fluxos de comércio desviados ameaçam a Europa com um novo excesso de aço quando, do jeito que as coisas estão, o mercado da UE está longe de enfrentar a (sua própria) crise de importação”, disse Hans Jürgen Kerkhoff, presidente da Federação Alemã de Aço. “Se a UE não agir, nossa indústria siderúrgica vai assumir a conta do protecionismo norte-americano”.

No ano ado, as importações da UE de aço laminado aumentaram 1%, para 32 milhões de toneladas, um recorde, de acordo com a Federação Alemã de Aço. O governo Trump indicou que quer reduzir as importações de aço norte-americanas em 13 milhões de toneladas – um volume que poderia acabar na Europa, cujos líderes têm se posicionado como defensores do livre comércio e veem tarifas como último recurso.

Esse risco vem em um momento em que os maiores produtores de aço da Europa – a ArcelorMittal em Luxemburgo e a alemã Thyssenkrupp – exploraram fusões e consolidações para manter os seus negócios intactos. A Thyssenkrupp tem lutado contra excesso de capacidade em seu mercado interno e discutido desde setembro planos com a Tata Steel da Índia para combinar o negócio europeu de produção de aço. A ArcelorMittal Mittal, que é produto de uma consolidação entre empresas da Europa e da Índia em 2006, disse na sexta-feira que concorda com a necessidade de resolver o problema do excesso de capacidade em todo o mundo, mas não com a decisão dos EUA de colocar um muro comercial unilateral. “A maior necessidade – é criar uma indústria siderúrgica global verdadeiramente sustentável”, afirmou a empresa em comunicado.

Seth Rosenfeld, analista sênior de pesquisa que cobre aço europeu e norte-americano no banco de investimentos Jefferies em Londres, disse que o risco para as siderúrgicas europeias é real, mas a União Europeia possui suas próprias alavancas comerciais disponíveis. “Investidores estão corretamente preocupados com o fato de o aço ser redirecionado dos EUA para a Europa, mas esperamos que a UE responda de forma agressiva e rápida”, disse Rosenfeld. Fonte: Dow Jones Newswires.