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Defesa tentou traçar imagem de estudioso de cabo Victor Cristilder

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A estratégia da defesa do cabo Victor Cristilder apostou na imagem de um homem de família humilde, que precisou catar lata e vender galinha, estudioso e com orgulho de ser policial militar. Para a defesa, o perfil contrastava com a violência empregada na maior chacina da história de São Paulo.

O policial militar foi condenado nesta sexta-feira a 119 anos, 4 meses e 4 dias de prisão por participar da maior chacina da história de São Paulo, que terminou com 17 mortos e 7 feridos em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, em agosto de 2015. Ele foi o último réu a ser julgado. Em setembro, outros dois PMSs e um guarda civil haviam sido considerados culpados pelos ataques.

Nos quatro dias do júri, a postura de Cristilder chamou a atenção dos presentes no Fórum Criminal de Osasco. Ele ou a maior parte do tempo fazendo anotações em um caderno e ouvindo o que testemunhas diziam. Só chorou durante seu interrogatório – e rapidamente -, ao falar da família. Quando discordava de uma fala, batia na própria perna.

Há dois anos e quatro meses no Presídio Militar Romão Gomes, o réu fez questão de demonstrar que tinha estudado o processo, citando, de cor, folhas dos autos. “Todos os dias perguntei a Deus por que estou preso”, disse no interrogatório. “Li mais de 20 mil folhas do processo de Osasco e do de Carapicuíba (onde é réu por outro homicídio). Eu li folha por folha.”

O perfil “estudioso” poderia reforçar a versão sobre a troca de mensagens com o GCM Sérgio Manhanhã na noite da chacina. Segundo a defesa, a conversa era sobre o empréstimo de um livro de Direito.

Aos jurados, o advogado João Carlos Campanini disse que o PM morava em uma casa “muito humilde” e mostrou fotos da residência. Em um dos episódios mais polêmicos, o advogado pediu à juíza Élia Kinosita Bulma para devolver o celular de Cristilder. “O aparelho vale R$ 1 mil, a família está ando fome”, afirmou.