Um policial civil reagiu a uma tentativa de assalto na Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul de São Paulo, na tarde deste domingo, 16. O caso ocorreu em meio a blocos de pré-carnaval e ao menos cinco pessoas foram baleadas e socorridas a hospitais localizados na região.
A polícia não esclareceu se as pessoas baleadas eram as suspeitas de cometer o crime ou foliões que participavam do bloco. Não foi esclarecido também se houve troca de tiros e se o agente participava da festa ou estava de agem.
A Guarda Civil Metropolitana foi acionada para prestar apoio no socorro aos baleados. “A equipe foi solicitada por populares informando que havia pessoas baleadas. Pela impossibilidade de rápido o do Samu em virtude da quantidade de pessoas, foi efetuada a imediata remoção”, disse o inspetor Padilha, da GCM.
A ocorrência foi apresentada no 27º Distrito Policial (Campo Belo), onde as circunstâncias do caso deverão ser apuradas. Equipes da Garra, tropa especializada da Polícia Civil, acompanharam o depoimento na delegacia do agente envolvido.
A grave ocorrência foi o ponto negativo do que vinha sendo um fim de semana tranquilo, o primeiro do carnaval de rua da cidade em 2020. Até então, foliões afirmaram que a estrutura montada para o evento pela Prefeitura estava organizada e que se sentiram seguros durante os desfiles realizados na região central e do Ibirapuera.
A reportagem não presenciou episódios de roubo nem brigas. A presença de vendedores credenciados, algo que já ocorria nas edições anteriores, foi um dos pontos mais elogiados – não só pela grande oferta de bebidas, mas pelo fato de o preço ser tabelado.
“Quando não é assim, quanto mais perto do trio, mais cara fica a bebida”, explica a advogada Anna Carolina Canestraro, de 27 anos, que acompanhou o desfile do Monobloco ontem no Ibirapuera, na zona sul. Fã de carnaval, ela convenceu o namorado, que se recupera de um acidente de trânsito a curtir o bloco. Usando um colar cervical, o engenheiro Thomas Meireles, de 27 anos, não se arrependeu.
“Capotei o carro no ano novo. Fraturei uma vértebra e levei 22 pontos na cabeça. Eu não tive escolha, vim arrastado. Minha namorada adora carnaval, mas está bem legal. Bem organizado e com revista na entrada.” Anna Carolina achou que o local estaria mais cheio e também gostou da forma como a festa foi organizada. “Aqui é mais familiar também.”
Por se sentir segura, a empresária Cristina Canoilas, de 50 anos, levou o cachorro Gregório para acompanhar o bloco. “Está organizado e tem muito policiamento. É a primeira vez que vim aqui e trouxe até o meu cachorro”, afirmou. O animal estava fantasiado. “Ele estava com uma tiara de unicórnio, mas perdeu.”
Na rua da Consolação, o Acadêmicos do Baixo Augusta arrastou uma multidão que se manteve dançando e cantando até quando uma forte chuva atingiu a concentração do bloco. Neste ano, o tema foi Viva a Resistência. “O tema é a favor da democracia e da liberdade de expressão”, disse o presidente do bloco Ale Natacci.
O promotor de merchandising Eder Henrique dos Santos, de 37 anos, saiu de Mogi das Cruzes com um grupo de amigos e chegou ao ponto de concentração às 12h30. O grupo escolheu o arco-íris como tema da fantasia. “Trabalho em uma loja de fantasias e viemos representar a causa (LGBT)”, explica o gerente de loja Emerson Luís Souza, de 33 anos.