O bebê Arthur de Almeida da Silva, que tinha apenas 45 dias de vida, morreu nesta segunda-feira (15), após ter recebido alta médica. A criança havia sido internada no Hospital Infantil de Vitória no último domingo (14) e morreu no colo da mãe, em Jacaraípe, na Serra.
De acordo com o pai da criança, Wallison da Silva, o bebê começou a ar mal com diarreia e desidratação e foi levado para um hospital em Serra-Sede, na quarta-feira (10). No dia seguinte, a criança foi transferida para Vitória e permaneceu internada até domingo (14), quando recebeu alta.
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“Eu tinha ido visitar o meu filho quando a minha esposa ligou dizendo que ele tinha recebido alta. Quando eu cheguei no hospital e vi o meu filho daquele jeito eu questionei como tinham dado alta a ele. Eu estava vendo que o menino não estava bem, eu não poderia ter levado meu filho para casa daquele jeito e eu estava certo. Este médico deu alta para o meu filho para ele morrer nos meus braços”, desabafou o pai.
A criança foi levada pelos pais para casa, mas continuou se sentindo mal e indisposta. Muito abalado, Wallison contou que já havia perdido um irmão por erro médico e nunca imaginou que voltaria sentir esse tipo de perda novamente.
“Eu pensei que já tinha sentido dor na minha vida quando eu perdi o meu irmão por erro médico. Mas o que aconteceu agora com o meu filho, que morreu por culpa dos médicos também, a dor é infinitamente maior”, disse.
Wallace contou ainda que, o filho estava no colo da mãe nesta segunda-feira (15), quando ele foi até o quintal pegar um coco para poder dar a água para a criança segundo orientação médica. Enquanto estava em cima da árvore, foi surpreendido com um grito da esposa.
“Foi o tempo de eu subir no coqueiro e a minha mulher gritar por socorro, quando eu entrei em casa meu filho estava morto no colo da minha esposa. Eu fiquei louco naquela hora, acabei quebrando o portão para pedir socorro aos vizinhos de tão nervoso. Planejamos ter este filho durante um ano e agora acontece isso”, afirmou chorando.
Além da tristeza dos pais do pequeno Arthur, a família da criança está revoltada com o diagnóstico da morte do bebê, segundo a prima de Arthur, Marcele Carvalho a morte foi classificada como indeterminada.
“Se tivessem deixado a criança no soro, talvez ela tivesse sobrevivido, mas os médicos mandaram a criança para casa com requisições para fazer exames no posto de saúde e isso demora. Ele morreu por negligência médica”, disse.
Não bastasse a classificação da morte, a família ficou com o corpo do bebê sem vida dentro de casa durante todo o dia desta segunda-feira (15). José Carlos Roberto, que é amigo da família afirmou que ligou para o DML por volta das nove horas da manhã para que o rabecão buscasse o corpo da criança, mas, sem sucesso.
“Eu fiquei o dia todo ligando para o 190, avisei da situação, falei que a criança estava morta e até cheguei a falar que chamaria a imprensa para informar o descaso deles para vir buscar o corpo do bebê. Fiquei das 8 da manhã até às 16 horas o rabecão não havia chegado na casa dos pais do Arthur e ficou aquela situação da mãe e do pai da criança naquele sofrimento com o bebê morto no quarto”, disse.
Por nota, a Polícia Civil informou que o rabecão saiu por volta das duas horas da tarde para buscar corpos. Apesar da família afirmar que acionou o rabecão às 8 horas da manhã. Porém, o DML alegou não ter recebido nenhum chamado nesse horário.
A Polícia Civil informou ainda, que quando a morte acontece em casa não há necessidade de investigação. O Serviço de Verificação de Óbito (SVO) pode ser acionado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), mas, dependendo do caso o DML também pode atender.
Já a direção do Hospital Infantil de Vitória simplesmente lamentou a morte da criança e informou que o bebê foi assistido pela equipe médica que realizou diversos exames, foi medicado e recebeu alta após avaliação médica no domingo, com orientação para dar continuidade ao tratamento em casa com medicação e leite materno.
O Hospital informou ainda que, orientou a família que em caso de qualquer intercorrência ela deveria procurar um Pronto Atendimento ou um Pronto Socorro.
