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‘A gente está fazendo isso por todos nós’, diz professora

‘A gente está fazendo isso por todos nós’, diz professora ‘A gente está fazendo isso por todos nós’, diz professora ‘A gente está fazendo isso por todos nós’, diz professora ‘A gente está fazendo isso por todos nós’, diz professora

Especialistas, educadores e pais que buscam uma educação antirrascista afirmam que a intenção dos projetos não é a de “ajudar o negro”. E, sim, de transformar a sociedade, começando pela escola. “A gente está fazendo isso por todos nós”, diz a professora do Vera Cruz Beatriz Olival, que tem três bolsistas na sala de 13 alunos.

“Não se pode apenas promover o o, com bolsa e contratações, é preciso dar qualidade para a permanência dessas pessoas negras. Senão, vai trazer só essa ideia de ‘colorimos o espaço’ ou de aliviar uma culpa”, diz Juliana de Paula Costa, assessora para relações étnico-raciais. “O racismo está tão entranhado que ele escapa. Ele é horrível para as pessoas negras, mas também deforma o olhar do branco.”

Por isso as escolas precisam ampliar suas referências, diz ela, conhecer autores africanos, asiáticos, sul-americanos. Fazer um censo racial da escola também é essencial para conhecer a comunidade. No Colégio Gracinha, essa foi uma das primeiras medidas. Depois de pronto, os alunos vão trabalhar os resultados e discuti-los.

“Soubemos que escolas estavam com projetos antirracistas e entendemos que também tínhamos de fazer algo. Da noite para o dia já tinham mais de 70 pais querendo contribuir”, conta Roberta Raffaelli, mãe de alunas do Gracinha. O diretor Wagner Borja fala que teve inicialmente dificuldade em encontrar profissionais não brancos para contratar, até que uma professora criou um banco de currículos para ajudar as escolas. O Gracinha também deve ter em breve um programa de bolsas.

“É algo potente e positivo. Há muita divergência em como fazer, mas faz parte. É rico para o debate, todos têm a perfeita clareza que isso precisa acontecer”, completa a diretora do Colégio Equipe, Luciana Fevorin. A escola também está analisando currículo e discutindo o tema com pais e professores. Há ainda debates iniciados no Bandeirantes, Móbile e Avenues.

A diretora pedagógica da Escola da Vila, Fernanda Flores, acredita que esse movimento dos colégios de elite felizmente deve se alastrar para muitos outros da rede privada. “Isso muda gerações e demora menos tempo quanto mais ágeis forem as escolas.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.