A revolução da culinária e o Espírito Santo como protagonista A revolução da culinária e o Espírito Santo como protagonista A revolução da culinária e o Espírito Santo como protagonista A revolução da culinária e o Espírito Santo como protagonista
Foto: Acervo pessoal
Foto: Acervo pessoal

Já foi se o tempo aonde cozinhar era um simples ato de se alimentar, os tempos mudaram e o interesse das pessoas também.

Desde 1960 com o aumento do crescimento do setor de serviços as mulheres foram para o mercado de trabalho e aram a executar as tarefas ditas somente para os homens.

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Na década de 70 com a expansão da economia, a urbanização e a industrialização continuaram a impulsionar esse processo e atualmente a presença das mulheres no mercado de trabalho continua crescente.

Mas o que será que isso tem a ver com “gastronomia”? Tudo.

O ofício de cozinhar sempre foi um ato feminino, o dom, os cadernos de receitas, os ensinamentos ados de mães para as filhas, netas e assim adiante constituíram um legado feminino essencial para preservação das nossas tradições culturais.

O avanço da industrialização e a urbanização moldaram essa nova sociedade na qual a escassez do tempo é o seu maior desafio. A mulher nesse novo contexto deixou as cozinhas para ser provedora do seu lar e com isso um elo de transmissão da nossa cultura acabou se rompendo.

Quem tem tempo para almoçar com a família reunida nos dias atuais? Sei que é até difícil de responder, pois a alimentação fora do lar cresceu e cresce a cada ano.

Em meados da década de 70 o ato de cozinhar em casa veio deixando de ser a peça fundamental para a construção de uma cultura gastronômica, porém o interesse pela gastronomia ressurgiu de forma mais pulsante a partir de 2000 com o surgimento de diversos programas especializados no assunto e o fenômeno das redes sociais.

A cozinha que outrora ficava escondida nas casas e apartamentos começou a ganhar papel de destaque, iniciando pela integração da cozinha com a sala de estar, posteriormente com a varanda gourmet e outros espaços gastronômicos nos edifícios como salão gourmet, bar etc.

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De repente a culinária voltou ao centro das atenções e cada vez mais homens e mulheres estão na cozinha aprendendo sobre o universo da gastronomia, ando pela sua origem, elaboração das receitas, vinhos, cervejas, destilados, cafés, sobremesas e realizando uma verdadeira imersão cultural.

O regionalismo ganhou cada vez mais destaque nesse cenário aonde os produtos contam a sua história e o Espírito Santo é um terreno fértil dentro desse contexto, com as nossas influencias culturais oriundas da imigração juntamente com a construção do nosso povo e das características geográficas de mar e montanha.

Descobrir o nosso estado é percorrer estradas com profunda riqueza gastronômica, um povo acolhedor e orgulhoso do que a terra te proporciona e entender que dentro da a de barro o Espírito Santo inteiro cabe ali.

Alessandro Eller

Colunista

Chef de cozinha, apresentador do reality show "Chef de Família" da TV Vitória/Record TV. É presidente do Instituto a de Barro e professor de Gastronomia na Universidade de Vila Velha

Chef de cozinha, apresentador do reality show "Chef de Família" da TV Vitória/Record TV. É presidente do Instituto a de Barro e professor de Gastronomia na Universidade de Vila Velha