Durante o Brazilian Regional Markets, evento que abriu a Brazil Week no Harvard Club de Nova York e reuniu lideranças políticas e empresariais para apresentar oportunidades de negócios nas regiões mais dinâmicas do Brasil, o presidente da Cesan, Munir Abud, anunciou que a companhia vai buscar mais de R$ 3 bilhões em parceria com a iniciativa privada para a estruturação de um projeto estratégico de autossuficiência energética, com base em fontes renováveis ou no aproveitamento do potencial energético dos sistemas de água e esgoto operados pela empresa. Entenda.
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Meta da companhia é ter 100% de energia renovável até 2027
Com uma matriz energética já parcialmente renovável, a CESAN gera atualmente 11.000 MWh/ano em sua usina fotovoltaica — o que representa 55% do consumo em baixa tensão da companhia. Além disso, 60% da energia utilizada pela empresa é adquirida no mercado livre.
Hoje, 65% da energia consumida pela empresa é proveniente de energias renováveis. Com o novo projeto, em parceria com a iniciativa privada, a expectativa é ampliar essa participação para 100% até 2027.
Para isso, a Cesan anunciou, durante o evento, em Nova York, o lançamento do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para a estruturação de um projeto estratégico de autossuficiência energética da Companhia, com base em fontes renováveis ou no aproveitamento do potencial energético dos sistemas de água e esgoto operados pela empresa.
Munir Abud, presidente da Cesan, explica que a iniciativa busca soluções inovadoras para a autogeração de energia elétrica em parceria com empresas capixabas.
Entre as possibilidades está avaliar a viabilidade da instalação de turbinas geradoras, aproveitando a pressão existente nas redes de abastecimento de água; estudar possibilidades tecnológicas de geração de energia conectada às unidades operacionais da Cesan e analisar o potencial de conexão à rede elétrica por meio do modelo de geração distribuída.
“As soluções que estamos desenvolvendo alinham sustentabilidade ambiental, inovação tecnológica e eficiência econômica. É um chamamento para que a iniciativa privada compareça à Cesan e apresente soluções energéticas, seja de utilização de geração de energia através das nossas turbinas, seja através das nossas barragens, através das estações de tratamento de água, como por exemplo, utilizando placas fotovoltaicas. Isso tudo será disponível à iniciativa privada”, aponta Abud.
A expectativa, segundo a companhia, é que os projetos somem R$ 3,3 bilhões. O prazo estimado para a entrega dos estudos é de 120 dias.
Munir Abud destaca que, com o projeto estratégico de autossuficiência energética, a Cesan já soma cerca de R$ 13 bilhões em projetos em parceria com a iniciativa privada. Ele destaca a estruturação de uma usina de dessalinização, que prevê R$ 2,5 bilhões em investimentos, e a PPP do Saneamento, na ordem de R$ 7 bilhões – com leilão marcado para o dia 17 de junho.
“Com isso, temos um pacote de aproximadamente R$ 13 bilhões investidos da iniciativa privada na qualidade do saneamento básico capixaba. Isso é possível porque temos um estado com solidez fiscal, estabilidade política e jurídica”, completa Munir.