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Dono do Orlando City, empresário brasileiro ensaia saída do clube até 2022

Dono do Orlando City, empresário brasileiro ensaia saída do clube até 2022 Dono do Orlando City, empresário brasileiro ensaia saída do clube até 2022 Dono do Orlando City, empresário brasileiro ensaia saída do clube até 2022 Dono do Orlando City, empresário brasileiro ensaia saída do clube até 2022

Empresário de sucesso no Brasil e nos Estados Unidos, Flávio Augusto da Silva decidiu que em 2022, quando completar 50 anos, vai se dedicar à filantropia. Por isso, já está se preparando para iniciar uma nova etapa da sua vida, na qual o “propósito não será mais ganhar dinheiro”. Neste cenário, não está descartada uma possível venda do Orlando City, clube adquirido por ele em 2013 e que disputa a MLS (Major League Soccer), a liga de futebol dos Estados Unidos.

A operação não seria novidade para Flávio, especialista em comprar barato e vender caro. Foi assim, por exemplo, com a rede de escolas de idiomas Wise Up, que ele vendeu em 2013 e recomprou dois anos depois por um terço do valor. No mês ado, o banco Itaú, por meio de seu fundo de investimentos de capital de risco, anunciou o investimento de R$ 200 milhões na rede de escolas de inglês de Flávio.

Há seis anos, o empresário adquiriu o Orlando City por US$ 120 milhões (cerca de R$ 485,7 milhões no câmbio atual). Hoje, o valor de mercado do clube da Flórida é de aproximadamente US$ 600 milhões (R$ 2,4 bilhões). As projeções apontam que até 2026, ano em que os Estados Unidos sediarão a Copa do Mundo, o valor deve chegar a US$ 1 bilhão (R$ 4 bilhões), quase dez vezes mais do que pagou em 2013.

“Não estou fazendo anúncio de venda. O anúncio é de que vou me dedicar à filantropia”, despista Flávio, para na sequência emendar: “Mas acredito que o ápice de um empreendedor de sucesso é quando o mercado a a ter interesse naquilo que ele criou a ponto de quererem pagar por isso e, felizmente, sou procurado por investidores constantemente”.

O crescimento acelerado do Orlando City acompanha o desenvolvimento do futebol nos Estados Unidos. Na MLS, os clubes são donos da liga. Para efeito de comparação, em 2013 Flávio pagou US$ 70 milhões (R$ 283,3 milhões) em ações para que o Orlando City entrasse na MLS. À época, a liga tinha 20 clubes e valia US$ 1,4 bilhão (R$ 5,6 bilhões).

Para a próxima temporada, dois clubes das cidades de Sacramento e Saint Louis devem pagar uma taxa de US$ 200 milhões (R$ 809,5 milhões) cada para poderem entrar na MLS, o que elevará o valor da liga para US$ 5,8 bilhões (R$ 23,4 bilhões). Ou seja, uma valorização de 314% em um período de seis anos.

“O que define o valor de uma empresa é a sua performance financeira. O investidor precisa acreditar que, em dois ou três anos, a empresa vai se valorizar e isso permitirá a ele ganhar duas ou até três vezes mais o dinheiro que ele gastou no início. Quando comprei o Orlando City, eu acreditava nisso e deu certo”, diz Flávio.

Hoje, o empresário possui 78% das ações do clube. Mas esse número já foi maior. No ado, por exemplo, ele vendeu 8% dos ativos para investidores canadenses.

Mas, se os planos de Flávio são se dedicar a projetos sociais já em 2022, qual será o seu papel no Orlando City nos próximos anos? “Tenho várias alternativas. Posso fazer a venda completa, sair da operação, ficar no conselho ou vender uma parte minoritária. Nada está descartado e estabelecido.”

KAKÁ ATRAIU INVESTIDORES – Kaká é um capítulo à parte no processo de valorização do Orlando City. O ex-jogador defendeu o clube de 2015 a 2017 e virou a principal estrela do futebol nos EUA. “Ele colocou a liga no mapa, chamou atenção de investidores e anunciantes”, conta o empresário Flávio Augusto da Silva.

Sem uma estrela do porte de Kaká, a aposta do empresário para que o Orlando City e a valer US$ 1 bilhão (R$ 4 bilhões) até 2026 é sustentada pela renovação dos contratos de transmissão de TV, venda de direitos digitais e regulamentação do mercado de apostas nos EUA.

Por isso, a valorização não está atrelada diretamente ao rendimento do time dentro de campo. O Orlando City atualmente ocupa a décima colocação da Conferência Leste da MLS de um total de 12 times. Em 13 jogos, foram seis derrotas, quatro vitórias e três empates.