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Com tufão no Japão, mudanças no clima afetam programação da Olimpíada

Com tufão no Japão, mudanças no clima afetam programação da Olimpíada Com tufão no Japão, mudanças no clima afetam programação da Olimpíada Com tufão no Japão, mudanças no clima afetam programação da Olimpíada Com tufão no Japão, mudanças no clima afetam programação da Olimpíada

O verão quente, úmido e bastante instável do Japão tem mexido com os Jogos Olímpicos de Tóquio. Primeiro, por causa do calor escaldante. Agora, devido ao risco de fortes ventos e chuva. Provas de tiro com arco, remo, surfe e vela tiveram seus horários e datas alteradas devido ao temor das condições climáticas desfavoráveis.

“É uma tempestade tropical de três graus, numa escala até cinco. Então, não há o que se preocupar”, tentou tranquilizar o porta-voz dos Jogos, Masa Takaya, sobre o tufão que se aproxima do Japão.

Os organizadores, no entanto, já se anteciparam e fizeram alterações significativas no calendário de várias competições. O tiro com arco, por exemplo, teve sessões desta terça-feira adiadas para quarta e quinta-feira. No remo, as provas programadas para terça-feira foram reprogramadas para o fim da semana, enquanto eventos de segunda-feira foram antecipados para o domingo.

Há, ainda, o medo de que o tufão feche aeroportos do país e cancele voos, como o caso da equipe de softbol do Canadá, com agem de volta para casa marcada para quarta-feira.

Outro risco é que uma possível tempestade eleve os níveis de esgoto despejados na Baía de Tóquio. Há dois anos, isso ocorreu na capital japonesa e o excesso de lixo provocou o cancelamento de uma prova de triatlo paralímpico porque não havia condições de os competidores nadarem no local após fortes chuvas na véspera.

“Algumas modalidades serão afetadas pelo clima”, itiu o diretor de esportes dos Jogos de Tóquio, Mikako Kotani. “Estamos em negociações com as federações internacionais e, se eles propem mudança de calendário, vamos considerar essa opção.”

O skatista brasileiro Kelvin Hoefler, por exemplo, colocou a culpa da sua medalha de prata nas condições climáticas da capital japonesa. “Não fosse o vento, eu poderia ter ganhado o ouro. Infelizmente, errei duas manobras por causa disso”, disse.

CALOR ESCALDANTE – Antes da chegada da chuva, nos primeiros dias dos Jogos foi o calor que castigou os atletas. O Comitê Olímpico do Brasil (COB), inclusive, tem distribuído aos competidores que disputam provas a céu aberto coletes e colares de refrigeração. São peças onde são colocadas pedras de gelo para reduzir a temperatura corporal.

A russa Svetlana Gomboeva chegou a desmaiar em consequência de insolação nas provas de tiro com arco no Yumenoshima Park Archery Field. Ela precisou ser levada para a sala dos médicos. No final, se recuperou e ganhou a medalha de prata.

No tênis, o sérvio Novak Djokovic e o russo Daniil Medvedev reclamaram muito das altas temperaturas e conseguiram a ajuda da Federação Internacional de Tênis, que ou a conceder um tempo extra para os atletas se recuperarem fisicamente. Agora, o intervalo a a ser de dez minutos entre o segundo e o terceiro sets, quando a temperatura exceder os 30,1ºC – no domingo, os termômetros atingiram os 33ºC, com sensação térmica ainda maior por causa da umidade do ar. “Está muito quente e úmido, e as quadras duras absorvem o calor”, reclamou o número 1 do mundo.

No skate, os atletas relataram que o calor estava amolecendo as juntas de borracha dos eixos das rodas. Isso dificultava a execução de certas manobras no Ariake Urban Sports Park.

Para a canoísta australiana Jessica Fox, o maior problema foi a temperatura da água. “É como remar na água do banho”, disse Fox.