Economia

Planalto não fala em pontos 'negociáveis' da reforma da Previdência

Na semana ada, a eficiência da oposição em obstruir os trabalhos ficou evidente, ao mesmo tempo que a base pouco atuou para "proteger" os representantes do governo

Planalto não fala em pontos ‘negociáveis’ da reforma da Previdência Planalto não fala em pontos ‘negociáveis’ da reforma da Previdência Planalto não fala em pontos ‘negociáveis’ da reforma da Previdência Planalto não fala em pontos ‘negociáveis’ da reforma da Previdência
Para os deputados, a idade mínima – 65 anos – e a regra de transição são os pontos mais nevrálgicos Foto: Divulgação

Brasília – O Palácio do Planalto sabe que o Congresso fará mudanças no texto da reforma da Previdência, mas a orientação é manter posição firme em relação a negociações, ao menos neste momento inicial da tramitação. A estratégia é endurecer as conversas agora para, mais à frente, abrir mão de alguns pontos em troca do apoio necessário. Qualquer mudança constitucional precisa de 308 votos favoráveis no plenário da Câmara.

Para os deputados, a idade mínima – 65 anos – e a regra de transição são os pontos mais nevrálgicos. Mas o segredo sobre quais aspectos da reforma são “negociáveis” tem sido mantido a sete chaves pelo governo.

Na terça-feira, 21, o presidente da República, Michel Temer, recebeu 43 parlamentares governistas na tentativa de “manter a tropa de choque alinhada”.

Na semana ada, a eficiência da oposição em obstruir os trabalhos ficou evidente, ao mesmo tempo que a base pouco atuou para “proteger” os representantes do governo que estavam na comissão especial. Pelo contrário, muitos governistas engrossaram o coro contra as mudanças.

“Foram colocados claramente hoje, para todos, os problemas, a falta de alinhamento de parlamentares que dão apoio ao governo e que na comissão estão tendo comportamento diferente. Óbvio que vamos fazer esse alinhamento”, disse o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), que participou da reunião.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que articuladores do governo tentaram promover a reunião com a base antes do início dos trabalhos na comissão. Agora, o diagnóstico é que o “diálogo de alinhamento” ocorreu tarde demais. O Planalto, no entanto, é mais otimista. Nos bastidores, diz-se que o governo “ainda não ligou o trator”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.