Economia

Light apresenta novo plano de recuperação Judicial

Em outros pontos colocados no plano está a conversão de até 40% dos créditos em ações da companhia via debêntures conversíveis

Light apresenta novo plano de recuperação Judicial Light apresenta novo plano de recuperação Judicial Light apresenta novo plano de recuperação Judicial Light apresenta novo plano de recuperação Judicial
Foto: Reprodução/Pexels

Em meio às negociações com credores para reestruturar a dívida de R$ 11 bilhões da Light, a diretoria da empresa apresentou uma nova proposta que prevê o pagamento integral em até 90 dias para detentores de crédito com valor até R$ 30 mil, ou seja, o equivalente a 60% dos credores da empresa (28 mil credores).

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Na avaliação de uma pessoa próxima às negociações, que falou com o Broadcast Energia sob a condição de anonimato, a proposta atual é uma tentativa de harmonizar a quitação das dívidas, especialmente com os pequenos investidores, e a sustentabilidade econômico-financeira, necessária para conseguir a renovação da concessão e a continuidade dos compromissos inerentes à concessão.

“É um plano sustentável para a Light fazer jus às suas obrigações”, disse a fonte.

Essa atual proposta prevê o aporte de novos recursos de até R$ 1,5 bilhão, sendo que os acionistas de referência (Nelson Tanure, Beto Sicupira e Ronaldo Cezar Coelho) garantiriam a injeção de R$ 1 bilhão. O preço de conversão será pela média de 60 dias das cotações anteriores à apresentação do plano, com warrant de 2 ações para cada 1.

Em outros pontos colocados no plano está a conversão de até 40% dos créditos em ações da companhia via debêntures conversíveis. Esta opção está limitada a R$ 2,2 bilhões, enquanto o restante dos créditos será remunerado por IPCA mais 4% ao ano, com amortização em oito anos.

Há também a previsão de outras modalidades, como o “credor apoiador não conversor”, que não receberá ações da companhia e terá 100% dos créditos remunerados a IPCA mais 2% ao ano, com amortização em 12 anos.

O “credor apoiador financeiro” terá direito a remuneração pelo CDI mais 0,5% ao ano, com amortização em dez anos. Nesta categoria haverá a condição de disponibilizar linhas de derivativos cambial e de juros para a Companhia e suas afiliadas, colaborando assim com a Recuperação Judicial.

Já o “credor não apoiador” é aquele que não aceitar nenhuma das opções anteriores e receberá seu crédito em pagamento único no 15º ano, correspondente a 20% e corrigido pelo IPCA. Em comunicado divulgado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informou que, “apesar de essa opção estar prevista no plano, a Companhia não prevê pagamentos a nenhum credor nestas condições”.

Disputa

Enquanto a direção da Light tenta construir o seu plano de recuperação, parte dos credores tem buscado alinhavar uma proposta alternativa para a empresa, baseado em um racional mais favorável a este grupo. As discussões para se chegar a uma solução para a dívida da Light vêm desde o ano ado, quando a empresa entrou em Recuperação Judicial.

Nesse período, uma das principais dificuldades encontradas tem sido o fato de a dívida ser muito pulverizada e, além disso, uma parte dos detentores dos créditos tem mostrado resistência a aceitar as propostas colocadas pela empresa, que precisa de injeção de capital para destravar sua recuperação de forma sustentável.

Contudo, de acordo com uma fonte ligada à distribuidora fluminense, essa proposta não seria sustentável, tendo em vista os desafios que a Light tem pela frente, de negociar a renovação de sua concessão e dar continuidade aos investimentos na rede. “Não podemos ter um plano para credores que de certa forma embute uma insustentabilidade”, comentou a fonte que também não quis ter o nome identificado.