Economia

Greve de caminhoneiros ainda pressionou IPP em junho, diz IBGE

Greve de caminhoneiros ainda pressionou IPP em junho, diz IBGE Greve de caminhoneiros ainda pressionou IPP em junho, diz IBGE Greve de caminhoneiros ainda pressionou IPP em junho, diz IBGE Greve de caminhoneiros ainda pressionou IPP em junho, diz IBGE

A greve dos caminhoneiros, que bloqueou estradas em todo o País ao longo de 11 dias ao fim de maio, ainda refletiu sobre os preços dos produtos industriais na porta de fábrica em junho. O avanço de 2,28% no Índice de Preços ao Produtor (IPP) foi impulsionado, entre outras razões, pela crise de abastecimento e desorganização da cadeia produtiva em alguns setores, provocadas pela paralisação do transporte de carga.

A indústria alimentícia elevou os preços em 3,39% em junho, o maior impacto sobre o IPP no mês, o equivalente a uma contribuição de 0,64 ponto porcentual para a inflação, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira, 1, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os produtos que ficaram mais caros estão o leite esterilizado, carnes e miudezas de aves e farinha de trigo.

Além de alimentos, também puxaram a alta do IPP em junho os ramos de Outros Produtos Químicos, Derivados de Petróleo e Biocombustíveis e Indústrias Extrativas.

“O resquício de greve aparece na parte alimentar. Mas tem um aumento grande em alguns produtos derivados de nafta pressionando a parte química. E nas (indústrias) extrativas a pressão é do preço internacional de minério e petróleo”, contou Manuel Campos Souza Neto, analista do IPP na Coordenação de Indústria do IBGE.

Souza Neto lembra que, além da greve, a inflação da indústria sofreu influência também do aumento de preços de produtos no mercado internacional e da alta do dólar ante o real. O IBGE calcula que a moeda americana registrou valorização de 3,77% ante o real no mês de junho.

A alta de 13,45% acumulada pelo IPP em 12 meses foi a mais elevada da série histórica iniciada em dezembro de 2014, para esse tipo de comparação. Os preços das indústrias extrativas aumentaram 59,02% no período, enquanto os derivados de petróleo e biocombustíveis subiram 40,13%. O avanço nas cotações das commodities teve influência direta sobre alguns segmentos e indireta sobre aqueles que usam esses itens como matéria-prima, como Outros Produtos Químicos e Metalurgia.

“Derivados de petróleo foi a atividade que mais puxou o resultado global. Não foi a que subiu mais, mas tem um peso maior”, lembrou Souza Neto.