Economia

Demanda de produtos químicos mantém ritmo forte no 1º quadrimestre, diz Abiquim

Demanda de produtos químicos mantém ritmo forte no 1º quadrimestre, diz Abiquim Demanda de produtos químicos mantém ritmo forte no 1º quadrimestre, diz Abiquim Demanda de produtos químicos mantém ritmo forte no 1º quadrimestre, diz Abiquim Demanda de produtos químicos mantém ritmo forte no 1º quadrimestre, diz Abiquim

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) informou que a demanda interna de produtos químicos de uso industrial cresceu fortemente nos primeiros quatro meses do ano. De acordo com os dados, o consumo aparente nacional avançou 7,8% no 1º quadrimestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020. Na mesma base de comparação, a produção teve alta de 5,12%, as vendas internas subiram 14,70%, enquanto as importações tiveram elevação de 11,2%.

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o ritmo forte de crescimento vem se repetindo no setor desde meados do ano ado, em especial devido à essencialidade da química no dia a dia da população. Ela destaca, neste momento, a elevada procura por diferentes tipos de produtos utilizados na prevenção, no tratamento e no combate ao coronavírus.

No mercado internacional, o momento é de recuperação da demanda por produtos químicos e de um ciclo de alta no que diz respeito aos preços, puxados, em especial, pela China e pela Índia. Como os preços no Brasil acompanham as oscilações e flutuações internacionais, o resultado é que o IGP-Abiquim-Fipe, específico para as vendas realizadas no mercado doméstico, teve elevação nominal de 42,39% no acumulado de janeiro a abril de 2021.

No mesmo período, o petróleo Brent e a nafta petroquímica subiram 42,2% e 40,5%, respectivamente, no mercado internacional – valores convertidos de dólares para reais – pressionando os custos de produção interna. Segundo a Abiquim, vale destacar que o gás natural é referenciado ao Brent no mercado doméstico e vem sentindo muito esse impacto, na contramão do gás americano.

A análise das informações relativas aos últimos 12 meses encerrados em abril de 2021 mostra resultados também positivos e crescentes em relação aos doze meses imediatamente anteriores: produção cresceu 3,04% e vendas internas tiveram alta de 9,49% (com aceleração em relação aos 12 meses anteriores, cujo resultado havia sido de +3,52%). Na média dos últimos 12 meses, a utilização da capacidade instalada ficou em 72%, três pontos acima do resultado do período anterior.

Em 12 meses, apesar da melhora de três pontos porcentuais no uso das atuais instalações, o resultado representa ociosidade de quase 30%, muito alta para os padrões de produção da indústria química mundial, segundo a Abiquim.

Nesse contexto, a entidade diz que preocupa a edição da MP 1.034/2021, em tramitação na Câmara dos Deputados, que, entre outras questões, extingue o benefício de PIS/Cofins concedido à indústria química por meio do Regime Especial da Indústria Química (Reiq). A diretora da Abiquim disse que a eliminação do benefício sem a contrapartida de uma Reforma Tributária mais ampla, que realmente diminua o peso do governo sobre a indústria, trará impactos muito ruins para o setor químico.

“A extinção do Reiq no momento que o País acaba de editar a nova lei do gás, que trará muitos efeitos positivos para a química, mas não no curto prazo, também parece um contrassenso, dando uma sinalização de que mais uma vez o Brasil está na contramão do que outros países estão fazendo”, diz a Abiquim.