Economia

Após fechar 223 mil lojas em três anos, varejo retoma inaugurações

Os números demonstram uma retomada do varejo, ainda que lenta e insuficiente para compensar o estrago dos anos de recessão

Após fechar 223 mil lojas em três anos, varejo retoma inaugurações Após fechar 223 mil lojas em três anos, varejo retoma inaugurações Após fechar 223 mil lojas em três anos, varejo retoma inaugurações Após fechar 223 mil lojas em três anos, varejo retoma inaugurações
Foto: Reprodução/Pexels

Neste ano, pela primeira vez desde o início da crise, o varejo abriu mais lojas do que fechou no País. Até outubro, entre abertura e fechamento de pontos de venda, 6 mil unidades foram inauguradas e a expectativa do setor é que o ano termine com um saldo de 7 mil novos estabelecimentos. Os números demonstram uma retomada do varejo, ainda que lenta e insuficiente para compensar o estrago dos anos de recessão. Entre 2015 e 2017, 223 mil lojas fecharam as portas.

O movimento de expansão do comércio foi captado por um estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O levantamento indica que 2018 será o melhor ano para o setor desde 2013, quando o varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, cresceu 3,6% e registrou a abertura de 36,3 mil lojas, antes de mergulhar na crise.

“A recuperação neste ano, no entanto, tem sido gradual”, diz o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes. Um sinal disso é que mais da metade das aberturas de lojas está concentrada em redes que vendem itens de primeira necessidade, como supermercados e farmácias.

A greve dos caminhoneiros, em maio, e a corrida eleitoral, no segundo semestre, abalaram a confiança de empresários e consumidores e tornaram mais lenta a retomada de todos os setores da economia, incluindo o varejo. A definição das eleições, segundo Bentes, melhorou as perspectivas.

O empresário Sergio Zimerman, presidente da varejista Petz, que vende produtos para animais de estimação, atribui a expansão da rede ao sucesso de seu modelo de negócio e à troca de governo. “Se as coisas não estivessem caminhado nessa direção, eu estaria preocupado”, disse. A Petz abriu 18 novos pontos de venda em 2018. O último foi inaugurado neste sábado, dia 22, em São Paulo. Zimerman gastou R$ 100 milhões em expansão neste ano e pretende desembolsar o dobro no ano que vem, com 34 novas lojas.

A mudança de humor dos empresários, principalmente após as eleições, ficou evidente para Daniel Garcia, sócio-diretor do estúdio Jacarandá, um escritório de arquitetura especializado em varejo. “A aceleração dos projetos de novas lojas ocorreu no segundo semestre.” Seu escritório deve fechar o ano com 165 projetos – 57% mais que em 2017.

Para 2019, Garcia tem 250 novas lojas na prancheta. Para dar conta do aumento de volume de trabalho, o arquiteto já ampliou em 30% o número de funcionários e vai dobrar o tamanho do escritório no ano que vem.

Segundo Bentes, da CNC, existe uma defasagem de ao menos seis meses entre o desempenho das vendas e as decisões de investimentos. Assim, a retomada vista neste ano reflete o crescimento de 4% do varejo no ano ado e de 5,3% até outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.