Economia

Alimentação no domicílio teve maior alta no IPCA desde janeiro, diz IBGE

Alimentação no domicílio teve maior alta no IPCA desde janeiro, diz IBGE Alimentação no domicílio teve maior alta no IPCA desde janeiro, diz IBGE Alimentação no domicílio teve maior alta no IPCA desde janeiro, diz IBGE Alimentação no domicílio teve maior alta no IPCA desde janeiro, diz IBGE

Os preços dos alimentos voltaram a subir em novembro, com a restrição de oferta de alguns produtos, em decorrência de exportações maiores e de problemas climáticos, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A desvalorização do real ante o dólar também contribui para o fenômeno, uma vez que estimula exportações.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de uma elevação de 0,56% em outubro para 0,39% em novembro. A despesa com Alimentação e bebidas ou de um avanço de 1,06% em outubro para alta de 1,55% em novembro. O grupo contribuiu com 0,33 ponto porcentual para a taxa de 0,39% do IPCA do último mês.

“Alimentação e bebidas representou tanto o maior impacto quanto a maior variação do mês”, disse André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

A alimentação no domicílio aumentou 1,81% em novembro, terceira alta consecutiva, além de ter sido a maior taxa desde janeiro deste ano, quando também subiu 1,81%.

Em novembro, os destaques foram os aumentos nos preços das carnes, uma alta de 8,02%, com uma contribuição de 0,20 ponto porcentual no IPCA de novembro. Foi o aumento mais expressivo desde dezembro de 2019, quando as carnes tinham subido 18,06%.

Em novembro, os principais reajustes ocorreram nos cortes alcatra (9,31%), chã de dentro (8,57%), contrafilé (7,83%) e costela (7,83%). Houve altas também no óleo de soja (11,00%) e no café moído (2,33%).

“Não só carne bovina, como carne de porco e frango tiveram aumentos de preços neste mês de novembro”, atentou Denise Cordovil, analista do IBGE. “Nas carnes, observamos uma menor disponibilidade no mercado interno de animais para abate e também aumento das exportações, que já estávamos observando há algum tempo ao longo deste ano. Com relação ao óleo de soja, tem menor disponibilidade no mercado interno e maior exportação. Nas hortaliças e verduras, é alface, coentro, cheiro verde. Todas essas hortaliças têm apresentado alta de preços em função de altas de temperaturas.”

Por outro lado, ficaram mais baratos a manga (-16,26%), cebola (-6,26%) e leite longa vida (-1,72%) em novembro.

A alimentação fora do domicílio aumentou 0,88% em novembro. O lanche subiu 1,11%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,78%.

“O câmbio é um dos fatores que pode influenciar o comportamento não só de alimentos, mas também de diversos outros subitens da cesta do IPCA”, lembrou André Almeida. “No caso dos alimentos, um câmbio mais desvalorizado tende a fazer com que haja mais atratividade para destinar os produtos para o mercado externo.”

Além disso, Almeida ressalta que o câmbio pode influenciar também preços de commodities e de bens industrializados, como produtos com componentes importados.

“O câmbio não afeta pontualmente, é uma questão que vai ao longo dos meses”, acrescentou Almeida. “Soja, milho e trigo são commodities cotadas em dólar, que são matéria-prima, por exemplo, para a ração animal, para o pão francês. São esses mecanismos de transmissão que eu mencionei.”

Nos últimos três meses, a alimentação no domicílio acumulou uma alta de 3,63%, ante um avanço de 1,40% no IPCA. O grupo alimentação e bebidas subiu 3,14% no período.

Nos 12 meses encerrados em novembro, o grupo alimentação e bebidas acumula uma alta de 7,63%, e a alimentação no domicílio acumula aumento de 8,41%. O IPCA do período ficou em 4,87%.

“Isso significa que a alimentação no domicílio tem contribuído para puxar o IPCA para cima, uma vez que está acima do índice geral”, concluiu o pesquisador do IBGE.