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Sem recursos para espetáculo, companhia de jazz capixaba faz campanha na internet

O novo projeto “Uma Ilha em Mim” será um espetáculo de jazz contemporâneo que trará à tona o olhar sobre a ilha que somos e habitamos, disse a diretora

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O primeiro espetáculo aconteceu no ano ado Foto: ​Cacá Lima

Sem recursos para estrear novo espetáculo, uma companhia de jazz do Espírito Santo lançou campanha de arrecadação na internet. De acordo com a diretora do grupo e bailarina, Carol Mattedi, é uma campanha de contribuição coletiva para que eles consigam realizar o novo espetáculo denominado “Uma Ilha em Mim”.

“Nós não conseguimos nenhuma verba com o governo, e sabemos que os valores liberados para cultura são limitados. Nós já tínhamos a ideia de continuar com os trabalhos após o primeiro espetáculo, pois a companhia não pode ficar parada, mas não temos recursos para dar continuidade”, explicou. 

A diretora contou que o novo projeto será uma criação em conjunto com a coreógrafa Monique Paes, que vem de São Paulo. E por causa do orçamento apertado, quando a coreógrafa visita o Estado, ela fica hospedada na casa da produtora da companhia.

“A falta de dinheiro é o que nos prende e não nos deixa estrear o novo espetáculo. Nós fazemos tudo por amor, mas temos custos. Por isso tivemos a ideia de criar a campanha no site Kickante. As pessoas colaboram em nome da cultura, da arte e amos o poder para o público. Oferecemos recompensas pelas colaborações, mas normalmente quem contribui faz isso porque gosta do nosso trabalho e por carinho”, disse Carol Mattedi.

A companhia é independente Foto: ​Cacá Lima

Os trabalhos do grupo começaram em 2014, mas a estreia foi em 2015 com o espetáculo “Pra quê tanta paixão?”, no Teatro Universitário da Ufes. “Essa é a primeira companhia de jazz do Estado. Me formei em dança e sempre tive o foco no jazz. Fui bailarina durante sete anos em uma companhia de dança contemporânea. Foram anos de aprendizado, mas depois de uma viagem eu resolvi tomar coragem, arregaçar as mangas e começar a minha companhia de jazz, com o propósito de profissionalizar. Eu dava aulas, desenvolvia o trabalho, mas não vivenciava”, contou.

A Soul Jazz é uma companhia independente e todos os trabalhos realizados foram feitos com o esforço do grupo, composto por oito bailarinos. “Fazer parte da companhia é mais que um sonho para mim. É a realização de um desejo que cresceu comigo desde pequena. Dançar sempre foi um prazer e uma necessidade. Ser bailarina de uma companhia é o que toda aluna almeja um dia”, afirmou a bailarina Beatriz Afonso, uma das integrantes do grupo. 

Para ela, no Brasil e principalmente no Estado é muito difícil trilhar o caminho da dança. “Muitas vezes temos que desistir desse sonho e buscar novas possibilidades, pois não conseguimos viver da dança. Esse tipo de projeto vem justamente para isso. Nosso desejo é que esse projeto dê início a muitos outros no futuro e que a gente consiga traçar um caminho sólido na dança”, destacou. 

Quem quiser contribuir, basta ar o site da campanha!

O grupo conta com oito bailarinos Foto: ​Cacá Lima

O espetáculo

Segundo a diretora, a Soul Jazz Cia de Dança nasceu e habita na ilha de Vitória, capital do Espírito Santo, “que é uma linda ilha quase desconhecida, com nome de mulher, cheia de curvas e ladeiras, ligada por três pontes ao continente e ao resto do mundo por vários portos”.

De acordo com ela, o novo projeto “Uma Ilha em Mim” será um espetáculo de jazz contemporâneo que traz à tona o olhar sobre a ilha que somos e habitamos. “Partindo do “Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago, realizamos um movimento de tomar distância para nos conhecer mais e melhor. Convidamos uma grande coreógrafa de São Paulo para embarcar rumo a essa ilha desconhecida, se juntar a nós e criar em parceria comigo, que sou a coreógrafa, o novo espetáculo”. 

Veja mais sobre o projeto: