Economia

Dirigente do Fed não espera ter informação suficiente sobre trajetória da inflação até maio

Dirigente do Fed não espera ter informação suficiente sobre trajetória da inflação até maio Dirigente do Fed não espera ter informação suficiente sobre trajetória da inflação até maio Dirigente do Fed não espera ter informação suficiente sobre trajetória da inflação até maio Dirigente do Fed não espera ter informação suficiente sobre trajetória da inflação até maio

A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta terça-feira, 2, que é preciso ter mais informações sobre a trajetória da inflação, antes de decidir por corte de juros nos Estados Unidos. E acrescentou que não espera ter o nível de informação necessário para essa decisão até a próxima decisão do Fed, marcada para 1º de maio.

Durante evento em Cleveland, ela disse que tem havido “progresso substancial” rumo à meta de inflação de 2% do Fed, mas ponderou que esta segue acima dessa meta.

Com direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Loretta Mester afirmou que os números de inflação de janeiro e fevereiro são um lembrete de que o caminho rumo à meta não será “tranquilo”, com potenciais sobressaltos nessa trajetória. Ela disse que continua a avaliar que o cenário mais provável é que a inflação continue a caminhar para os 2%, mas acrescentou que precisa ter mais dados para ter certeza sobre essa rota.

Ela disse que reviu para cima sua projeção para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA neste ano, a “pouco mais de 2%”. O mercado de trabalho, por sua vez, deve continuar a se equilibrar melhor neste ano. Caso o cenário previsto se confirme, os cortes de juros começam em 2024, afirmou.

Esses cortes devem ser vistos como os rumo à normalização da política monetária, mas a dirigente insistiu que essa trajetória dependerá dos dados. Ela mencionou riscos às projeções, como tensões geopolíticas, o crescimento “lento” da China, potencial deterioração nos mercados imobiliários comerciais ou novos estresses financeiros. Do lado positivo, poderia haver crescimento mais forte que o esperado na produtividade, apontou.

A presidente do Fed de Cleveland afirmou que reviu para cima sua projeção para as taxas dos Fed funds no mais longo prazo, de 2,5% a 3%. Para ela, o risco maior, no quadro atual, seria cortar os juros cedo demais.

Com o quadro econômico positivo atual, o Fed não precisa ter pressa e correr esse risco, ponderou. Caso a inflação pareça ficar estagnada em nível acima da meta, os dirigentes poderiam manter a postura restritiva por mais tempo que o previsto. Mas ela também disse que, caso o mercado de trabalho se deteriore, os juros podem ser cortados mais cedo ou mais rápido que o antes previsto.