Cotidiano

"Crianças não devem ter rede social antes dos 16 anos", diz autor de "A Geração Ansiosa"

Jonathan Haidt é autor do best-seller "A Geração Ansiosa" e defende adoção de limites para o uso de celular por crianças e adolescentes

“Crianças não devem ter rede social antes dos 16 anos”, diz autor de “A Geração Ansiosa” “Crianças não devem ter rede social antes dos 16 anos”, diz autor de “A Geração Ansiosa” “Crianças não devem ter rede social antes dos 16 anos”, diz autor de “A Geração Ansiosa” “Crianças não devem ter rede social antes dos 16 anos”, diz autor de “A Geração Ansiosa”
Jonathan Haidt comemorou proibição de celulares em sala de aula (Foto: Divulgação/ site jonathanhaidt.com)
Jonathan Haidt comemorou proibição de celulares em sala de aula (Foto: Divulgação/ site jonathanhaidt.com)

Estudioso e crítico dos efeitos nocivos das telas e redes sociais para as crianças e adolescentes, o psicólogo social e professor universitário americano Jonathan Haidt comemora a proibição do uso dos celulares nas escolas pelo Brasil, mas diz ser preciso avançar para limitar o uso do aparelho fora dela, principalmente em casa.

O pesquisador americano é mundialmente conhecido pelo best-seller A Geração Ansiosa, livro que esmiúça o colapso de saúde mental dos mais jovens e o que pode ser feito para reverter o cenário.

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Para Haidt, há regras inegociáveis para o uso do celular em casa, que diz aplicar a seus dois filhos adolescentes: não permitir a criação de perfis em redes sociais antes dos 16 anos de idade nem o uso de telas no quarto à noite, quando “os assédios de adultos a menores de idade mais acontecem”, segundo ele.

O psicólogo ite que não é fácil fazer com que os filhos respeitem essas regras.

“Depois de ganhar um celular ou entrar em redes sociais, o adolescente vai ficar muito bom em esconder o que tiver que esconder dos pais. E aí começa uma batalha na família. Daí a importância de adiar: os filhos não devem ter rede social antes dos 16 anos”, disse em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, que foi ao ar no domingo, 25.

Impactos distintos e recuperação

O especialista explica que os efeitos negativos em geral são diferentes para meninas e meninos: para elas, as redes sociais costumam trazer os riscos de pressão estética e assédio, enquanto para eles os maiores perigos muitas vezes estão no que traz prazer imediato, como os videogames e a pornografia.

Na faixa dos 14 anos, as meninas estão mais ansiosas e deprimidas que os meninos. No entanto, eles podem ter maiores prejuízos a longo prazo, com dificuldades para concluir os estudos e ingressar no mercado de trabalho, segundo Haidt.

Irritação, tristeza e ansiedade ao ficar longe das telas são alertas para os pais de que a criança ou adolescente está dependente do aparelho.

De início, o afastamento do celular gera uma piora pela abstinência. A boa notícia é que quem muda de hábitos consegue recuperar a atenção:

“Quando adolescentes são internados e ficam longe das telas, os sinais de melhora aparecem em 15 a 20 dias. Primeiro vem a abstinência, mas o cérebro se recupera. Aquele filho doce volta a aparecer”, disse ao programa.